Por Marília Bacci

Bom dia, boa tarde, boa noite! O filme escolhido para esse post é Chak De! India (2007), que eu tive o prazer de assistir no cinema logo que cheguei na Índia e acompanhar de perto todo o furor causado. O filme estreou, se não me engano, duas semanas depois que eu havia chegado ao país. E pra todo o lugar que eu olhava, estava ele lá, Shah Rukh Khan (que seguindo o costume indiano, chamaremos de SRK) e seu mais novo filho, o filme. Vocês devem saber que a Índia é um país onde o patriarcado reina (para não falarmos em outros termos em voga por esses tempos), então, o filme também causou um pouco de estranhamento em grande parte do público, pois fora o SRK, não há muitos atores homens na obra, e a maioria das atrizes não era conhecida por outros trabalhos, mesmo assim, Chak De! India foi bem recebido.

A trama se concentra em Kabir Khan, personagem de SRK, o capitão do time nacional masculino de hóquei na grama. Após uma derrota frustrante do time indiano para o Paquistão, Khan é acusado de ter traído o time (por ser muçulmano, religião dos paquistaneses) pela vitória do adversário. Ele então se muda de Delhi e praticamente desaparece durante sete anos. Quando volta, ele é contratado para ser treinador do time feminino de hóquei da Índia, com garotas do país inteiro e que não se entendem muito bem.

A iluminação segue a linha natural, mesmo quando a fonte de luz é artificial. O filme não conta com números de dança, que ainda eram muito frequentes nos filmes desse ano (e ainda são, em muitos filmes indianos). As músicas são usadas como passagens de tempo na trama e não são uma coreografia onde os atores principais cantam e dançam. Portanto, a canção-título do filme é apresentada numa cena onde as jogadoras de hóquei estão treinando para a Copa Mundial de Hóquei Feminino.

Assim como a maioria dos filmes indianos este possui mais de duas horas de duração. Não necessariamente na metade do filme há um intervalo, e esse intervalo não significa uma quebra no andamento da trama, pois ela acaba dividida em dois atos. O primeiro tem começo, meio, fim e até um clímax, mas a história ainda não foi contada por inteiro. No segundo a trama retorna de onde parou, mas ela também volta do começo, pois a partir daí temos um novo início, meio e fim.

Em todos os momentos de tensão a câmera passa para a mão do cinegrafista, o que significa que ela vai captar os movimentos que ele fizer. Esses movimentos passam ao espectador a sensação de estar na cena junto com os atores, e também transmitem as emoções das personagens.

O final do filme é desses que você sabe qual vai ser, e que tem coisa que vai dar errado, mas na verdade vai dar tudo certo. E posso te falar que tudo se resolve no final da prorrogação…rs.