Por Heleni Flessas

Quantas vezes vamos ao cinema e nos deparamos com o charme das cidades francesas no telão? Os cafés aconchegantes, a riqueza cultural, as luzes refletindo no Rio Sena…há anos vemos filmes que nos transportam para a cidade do eterno romance, da literatura, da arte, da revolução. Como não se identificar com Gil, em suas aventuras nostálgicas, no já clássico Meia-Noite em Paris? A coluna #5+1 de hoje faz uma homenagem à bela Cidade Luz filmada através das lentes de Hollywood, e traz alguns dos locais de filmagem que mais valem a pena ser conhecidos pessoalmente. Allons-y!

Cinderela em Paris (1957)

Quando se trata de Paris, não há ninguém melhor para acompanhar a beleza da cidade do que Audrey Hepburn. O romance-musical, estrelado também por Fred Astaire e dirigido por Stanley Donen (Cantando na Chuva; 1952), mostra a saga de uma conceituada revista que tenta encontrar um “novo rosto” para seus últimos ensaios fotográficos. Jo (Audrey Hepburn) aceita a oportunidade de modelo e viaja à Paris para ser fotografada. No entanto, as coisas não acontecem como o planejado. Dentre os lugares imperdíveis que aparecem no filme estão a Torre Eiffel e o Museu do Louvre.

Sinfonia de Paris (1951)

Dirigido por Vincente Minnelli e estrelando Gene Kelly, este é mais um filme que mostra a Paris “musical”. Jerry Mulligan é um ex-soldado americano que acabou se mudando para a capital francesa para se entregar à pintura. Porém, problemas aparecem quando ele e seu amigo se apaixonam pela mesma mulher. Conta com a linda trilha sonora composta por canções de George Gershwin e, claro, com as brilhantes coreografias de Kelly. E, apesar de ter sido filmado nos Estados Unidos, o filme não deixa de retratar o espírito boêmio e romântico da cidade. Levou seis Oscar para casa.


Charada (1963)

Esta é mais uma obra dirigida por Stanley Donen e estrelando Audrey Hepburn e Cary Grant. O filme, que foge do estilo musical e tem toques de mistério, narra a história de uma viúva americana que vai à Paris e tenta entender o passado do marido. Além da excelente atuação de Hepburn e do belo par que ela faz com Grant, a fotografia não é nada menos que fascinante. Dentre os lugares mais bonitos do filme, destaca-se a Pont au Double, uma das várias pontes que cruzam o Rio Sena.


A Invenção de Hugo Cabret (2011)

Talvez esta seja uma das obras de Martin Scorsese que mais tenha encantado o público recentemente. Na Paris dos anos 30, o órfão Hugo Cabret (Asa Butterfield) vive às escondidas na estação de trem Gare Montparnasse, guardando consigo um robô quebrado, deixado para trás por seu pai (Jude Law). Ao conhecer Isabelle (Chloë Moretz), Hugo descobre que a jovem possui a chave para a fechadura do robô, fazendo com que a dupla tente desvendar o seu mistério. A grande curiosidade é que o descarrilamento com que Hugo sonha aconteceu de verdade, na mesma estação, em 1895 – ela encontra-se no bairro de Montparnasse e é uma das maiores e mais movimentadas estações da cidade.

Antes do Pôr-do-Sol (2004)

Nove anos depois de se conhecerem por acaso em uma viagem de trem, Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) se reencontram em Paris para mais um dia de conversas e novidades. A obra, dirigida por Richard Linklater, mostra, novamente, como um roteiro pode ser bem construído e como se apaixonar por este casal torna-se uma tarefa inevitável. Um filme brilhante e encantador, assim como o primeiro da trilogia – talvez pelas atuações do par, pelos diálogos marcantes, pelo charme de Delpy ao cantar Nina Simone, ou mesmo pelo futuro misterioso dos dois. No cenário, alguns dos pontos mais imperdíveis de Paris: a Pont Neuf e a já famosa livraria Shakespeare & Company. O filme ganhou sua continuação, Antes da Meia-Noite, neste mês.
Filme além dos clichês…

Meia-Noite em Paris (2011)

Como pensar em Paris e não lembrar de uma das mais marcantes obras de Woody Allen – impossível! Em uma viagem à França com sua noiva, Gil (Owen Wilson), um nostálgico e sonhador roteirista, acaba se deparando com seu velho sonho de se tornar um escritor renomado e, sob o efeito de algumas doses de vinho, é levado para uma pequena “viagem no tempo”. Assim como a própria cidade, o filme é cheio de referências culturais e diálogos que nos fazem refletir sobre a vida, a nostalgia, o desconhecido e o presente. Allen soube explorar a atmosfera da cidade, e a linda fotografia faz com que o espectador se apaixone por Paris, de novo e de novo. Os cenários, imperdíveis para uma futura visita, fazem deste o nosso “filme além dos clichês”: Catedral de Notre-Dame, Ópera Garnier, Pont Alexandre III (que aparece em diversos filmes), e vários outros. Uma obra de arte!