Por Wallacy Silva.

Esta é a primeira postagem da seção #5+1 do Cinemascope! A seção será responsável por trazer as famosas e adoradas listas, contendo sempre seis filmes do mesmo ator, do mesmo diretor, que tratam sobre a mesma temática, que são de um mesmo país, que foram rodados em um mesmo lugar, enfim, que se relacionam por algum motivo. Em todas as listas será eleito o filme além dos clichês, aquele filme que de alguma forma se destaca dentre os escolhidos. Mas chega de conversa fiada e vamos ao que interessa! A lista de estreia será formada de filmes que tem relação com os sonhos.

Sonhando Acordado

O filme de Michel Gondry (Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças) já se inicia com a receita de um sonho, apresentada como uma receita de cozinha: é só misturar alguns pensamentos aleatórios, reminiscências do dia, memórias do passado… Na trama acompanhamos um personagem que vive intensamente os seus sonhos, mas leva uma vida não tão intensa assim, até que começa a misturar sonho e realidade. Carregado de sentimentalismo, o longa cria a atmosfera dos sonhos através dos cenários e dos efeitos visuais (ambos muito simples), e ainda conta com (mais uma) boa performance de Gael García Bernal.

Waking Life

Aqui acompanhamos a jornada de um rapaz que aparentemente aprende a distinguir sonho de realidade. Ele se encontra com personagens reais dentro de seus sonhos (ou seria o contrário?) e conversa com eles sobre consciência, religião, filosofia e até o próprio sonhar! Uma técnica transformou as imagens live action em uma animação disforme e surreal que só aproxima mais o espectador da sensação de estar sonhando.

Sonhos

Akira Kurosawa simplesmente deu vida aos próprios sonhos! O filme divide-se em oito capítulos, cada um baseado em um sonho distinto do diretor. As diversas situações que são retratadas abordam a culpa, os desejos, o medo e outros elementos que têm o poder de ficar presos no subconsciente humano, e que ganham vida nos sonhos.

Paprika

Dr. Tokita inventou um aparelho que permite o acesso aos sonhos das pessoas, a fim de aperfeiçoar os tratamentos psíquicos. Mas o aparelho foi roubado e ele terá que contar com a ajuda da sua colega Dra. Atsuko para recuperá-lo. E ela terá que adentrar o mundo dos sonhos, onde tudo está fora de seu controle. Há quem diga que esse filme foi uma grande influência para o nosso filme além dos clichês de hoje!

Cidade dos Sonhos (Por Joyce Pais)

Uma cidade. Hollywood. Sonhos. Máfia italiana. Um matador de aluguel. El Club Silencio. Uma caixa e uma chave azul. Quando pensamos nesses elementos estranhos entre si é difícil absorver algum sentido dessa trama escrita e dirigida por David Lynch. Um acidente de carro na estrada Mulholland Drive, em Los Angeles, dá início à história com a personagem Rita (Laura Harring), que escapa da colisão, mas perde a memória e sai do local desnorteada e se esconde em um edifício residencial administrado por Coco (Ann Miller). Nesse mesmo prédio que vai morar Betty (Naomi Watts), uma aspirante a atriz recém-chegada à Los Angeles que conhece Rita e tenta ajudá-la a descobrir sua identidade. Enquanto isso, o cineasta Adam Kesher (Justin Theroux), após ser espancado pelo amante da esposa, é roubado pelos irmãos Castigliane e ameaçado por um sinistro caubói. Cidade dos Sonhos proporciona um espetáculo surreal, insano e cheio de simbologias. Será possível ao final distinguir o que é sonho e o que é realidade?

E o filme além dos clichês é… (obviamente…)

A Origem

Dom Cobb (DiCaprio) trabalha em uma empresa ilegal de espionagem, roubando ideias ou outras informações quaisquer das mentes das pessoas, penetrando no subconsciente delas através de seus sonhos. Atrelado ao trabalho, vive viajando e sonha em poder voltar pra casa e ficar com seus filhos. Para tal, ele recebe um desafio: ao invés de roubar uma informação, ele deverá implantá-la na mente de um jovem, filho de um grande empresário. Caso consiga, Dom terá carta branca para voltar pra casa. Diante da oportunidade, ele reúne um time com diversos profissionais, os melhores em cada área, para planejar a inserção, penetrando o mais fundo possível na mente humana.

O filme de Nolan se destaca por ter criado um universo coerente com as nossas experiências relativas aos sonhos: quando você morre no sonho, ele acaba; a sensação de queda que culmina com um despertar assustado; o sonho dentro de outro sonho; o fato dos sonhos serem atemporais; dentre outros. Em suma, o diretor faz com que seus personagens se aventurem em um universo que conhecemos, mas se utilizando de técnicas futuristas.