Por Aline Fernanda

Eu adoro os vampiros, mas preciso dizer que apenas os vampiros de verdade, não devem brilhar no sol. Sempre me encantei com os poderes de um vampiro, o fato de viverem muitos anos, de poder transformar outras pessoas, e todos os outros lances vampirescos. Depois de assistir a vários filmes fui apresentada ao pai do Drácula, o Bram Stoker. Genial!  Pensando nisso hoje escolhi filmes sobre o Drácula.

O livro foi lançado no final do século 19 e muito criticado pela imprensa da época pelo excesso de eventos sobrenaturais no enredo, e pela repugnância do tema, considerado “indigno” da capacidade de Stoker como escritor (que já havia lançado quatro romances até então).

Foi durante o século 20, com a chegada do cinema, que Drácula tornou-se popular e caiu no gosto da galera. Em 1921, o vampiro foi citado pela primeira vez nas telonas no filme húngaro Morte de Drácula no qual o personagem não aparecia, era apenas citado. Pesquisando no IMDB aparecem cerca de 281 títulos com o nome do personagem.

Drácula (1931)

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O longa do Tod Browning é a primeira adaptação cinematográfica “autorizada” do romance de Bram Stoker. O ator Béla Lugosi traz pra telona um vampiro de modos suaves e aristocráticos, bem diferente da fera asquerosa e violenta concebida pelo escritor irlandês. Apesar de Nosferatu ter estabelecido a narrativa para Drácula, foi a interpretação de Lugosi que se tornou padrão para os atores que encarnaram o papel depois dele. O ator húngaro já tinha familiaridade com o personagem, pois estava em cartaz na Broadway em uma adaptação teatral de sucesso.

O longa foi uma das primeiras produções faladas dos estúdios Universal, e foram produzidas três versões ao mesmo tempo. Uma versão muda para os cinemas sem sonorização, uma para o mercado americano e uma para a América Latina falada em espanhol. Na época o gênero terror era mal visto por Hollywood e o roteiro foi podado. O sucesso de Drácula abriu as portas para o gênero e uma série de filmes, como Frankenstein, O Médico e o Monstro e A Múmia.

 

O Vampiro da Noite (1958)

DRACULA (1958)

É o primeiro filme colorido protagonizado pelo Conde Drácula. Além de ser o primeiro interpretado pelo ator inglês Christopher Lee, que interpretou o vampiro mais sete vezes durante os anos de 60 e 70 (um recorde). O filme é vagamente baseado no livro de Bram Stoker, e a direção de arte parece mais preocupada com sangue e roupas e cenários extremamente coloridos (imagino a felicidade de poder imprimir cores na película) do que na tarefa de recriar o século 19. O que mais chama atenção no longa são as interpretações de Peter Cushing, como o doutor Van Helsing, e de Lee como o sanguinário sanguessuga.

Se nos outros filmes o vampirismo é tratado como uma metáfora da peste neste filme ele é comparado a um vício e tratado medicamente pelo Dr. Van Helsing.

Nosferatu – O Vampiro da Noite (1979)

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Essa refilmagem do diretor Werner Herzog homenageia e expande a do primeiro Nosferatu (1922). Enquanto na primeira versão Murnau teve que mudar o nome do vampiro por questões de direitos autorais, nesse ele se chama Drácula, celebrando o fato do livro ter caído em domínio público no ano da produção do longa. O cineasta recriou diversas tomadas e soluções de iluminações criadas por Murnau. O uso de efeitos especiais é mínimo e o suspense é garantido. Nesse filme o Drácula não é retratado apenas como um monstro, mas também como vítima de sua imortalidade condenado à solidão eterna.

 

Drácula de Bram Stoker (1992)

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O diretor Francis Coppola adota um visual extremamente gráfico e estilizado, a Transilvânia do diretor é vermelha e cheia de sombras. O cineasta conseguiu imprimir a impressão do livro para o cenário. O longa é uma das mais fiéis adaptações cinematográficas do livro. O filme peca pelo excesso de explicações o que causa a falta de suspense. Além de uma atuação muito boa do ator Gary Oldman como o príncipe das trevas.

Van Helsing: O Caçador de Monstros (2004)

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O filme tinha sido planejado para ser uma continuação do Drácula de Bram Stoker (1992) com o personagem título sendo novamente interpretado pelo Anthony Hopkins. Van Helsing é conhecido de outra data pelos amantes do vampiro, o professor foi responsável pela morte de Drácula no filme de 1931. Nesse filme o caçador (Hugh Jackman) tem como tarefa dada pela igreja matar o famoso Conde Drácula (Richard Roxburgh).

O longa inova pelos efeitos e por mostrar um Drácula preocupado com suas noivas e com vontade de ter filhos. Além de mostrar no mesmo filme Lobisomens e o Frankenstein.

Filme além dos clichês…

Nosferatu – Uma sinfonia do horror (1922)

Nosferatu

Clássico do expressionismo alemão. Foi o primeiro a dar uma “cara” para o vampiro.  Murnau não conseguiu os direitos autorais com a viúva e herdeira de Stoker, que perseguiu e conseguiu tirar o filme de circulação, acabou produzindo uma versão independente. A narrativa preserva o enredo original do escritor.

No lugar do Conde Drácula, Conde Orlok. O vampiro é alto, esquálido com orelhas, nariz, dentes e dedos pontiagudos, mão que foi copiada em muitas adaptações do filme. Nosferatu é carregado de um horror que ainda hoje surpreende. Murnau conseguiu representar bem o que Stoker escreveu.

Nosferatu é minha escolha de além dos clichês por até hoje conseguir dar cara ao mal que existe no Drácula.