Amor por Metro Quadrado (2018) é o filme indiano que venho comentar hoje. Mas ele não é qualquer filme indiano, ele é uma produção original Netflix e esse nicho era o que faltava para ela dominar o planeta.

O cinema indiano é a maior indústria cinematográfica do mundo. Pode não ser a mais famosa ou a mais cara, mas que é muito maior que Hollywood em números de filmes, isso é. A Índia lança por volta de 1000 filmes anualmente, contando todas as indústrias.

A Netflix é a maior plataforma de streaming de vídeo atualmente. Ela já está se armando dos melhores autores de séries (Shonda Rhimes e Ryan Murphy já são dela), e vemos desde o ano passado uma crescente enorme em suas produções próprias, tanto de filmes como de séries. E aí ela lançou Amor por Metro Quadrado. Apostando em um mercado certeiro, que só cresce mundialmente.

(Quero lembrar que até aquela emissora platinada passa filmes indianos desde o ano passado)

O filme da Netflix se encaixa perfeitamente no gênero chamado masala. Tem drama, comédia, romance e musical tudo junto, bem o que a gente gosta.

Ele conta a história de Sanjay e Karina, um casal que pula todas as “fases” e compra um apartamento juntos, mesmo sem serem casados ou estarem apaixonados. Esse enredo é bem original, mas já sabemos o que vai acontecer, né?

A direção do filme é simples, mas traz o necessário para a história fluir. Sem grandes furos no roteiro, e com partes interessantíssimas (principalmente em um filme indiano), como o momento em que o casal principal tem uma discussão sobre afetos em público, fazem do filme um ótimo passatempo. Ele também é ótimo para nos fazer refletir sobre toda essa vontade que temos de ter nossas próprias coisas, a qualquer custo, fazendo o que estiver possível para conseguir.

Há também a diferença de religião entre os dois. Ele, um rapaz hindu, e ela, uma moça cristã. Nos mostra que as diferenças não precisam ser impedimentos para nada.

Um ponto alto da trama é o feminismo de Karina. Sempre muito independente, ele quer para seu futuro um relacionamento em que ela divida tudo com o parceiro, a casa, as contas, o amor… Fazendo com que esse também seja um dos impedimentos por ela não ter sido tão feliz com o antigo namorado.

O filme é leve, divertido, reflexivo, e um grande acerto para essa primeira produção original da Netflix. Um filme que não compromete um futuro (promissor) no país, e ainda garante público também mundo afora, por ser mais americanizado do que o “Bollywood raiz”.