Por Marília Bacci

O cinema chegou à Índia só alguns anos após sua descoberta. Em 1913, Dahasaheb Phalke se encantou tanto com tal invento que pediu ao projecionista que lhe ensinasse mais sobre esse mundo mágico. Pegou um empréstimo, foi para a Inglaterra e passou meses ajudando um produtor num filme. De volta à Índia com uma câmera, rolos de filmes e químicos para revelação, realizou o primeiro título do país, Raja Harishchandra (1913), sobre a lenda de um rei.

A indústria só decolou a partir daí, e seguiu de perto as novidades estrangeiras. Em 1931, foi lançado o primeiro filme indiano com som, Alam Ara, que estabeleceu música, canções e danças como pilares do cinema hindi. As músicas são a parte principal na identificação e classificação de um filme indiano.

Os filmes comerciais têm músicas e clipes musicais inseridos ao longo de sua duração, considerados essenciais para um filme se tornar comercial, e sua omissão é interpretada como um ataque aos costumes e tradições.

Para quem não está familiarizado, as sequências musicais podem parecer quebras de continuidade no roteiro, mas na verdade, a sequência faz parte da narrativa e do cinema popular, seja para explorar o segmento romântico ou para expressar fantasia, desejo e paixão.

Um dos cenários mais clichês nessas produções são as sequências musicais com os personagens dançando na chuva. A chuva sempre teve significado erótico e sensual na mitologia, e é associada à fertilidade e ao renascimento. É um momento em que as mulheres podem ser sensuais sem serem julgadas. Também são muito utilizadas para indicar passagem de tempo: crianças podem se tornar adultas no tempo de uma canção.

Agora prepare os ouvidos e mergulhe nessa playlist exclusiva do Cinemascope no Spotify, elaborada por nossa especialista em cinema indiano Marília Baccicom as melhores músicas do Cine Bollywood para você: