Palhaços Assassinos do Espaço Sideral

Por Ana Lucinski

Terror não é um gênero que realmente me agrade, mas terror trash me ganha com certeza! Já que vou falar de um gênero de certa forma marginalizado (o nome trash diz tudo), vou falar de um dos maiores clássicos de filmes de terror trash dos anos 80: Palhaços Assassinos do Espaço Sideral!!

Normalmente filmes trash são considerados mal construídos, mal feitos, ridículos e excessivamente surrealistas. Sim, de fato são, mas Palhaços Assassinos é o filme trash mais bem trabalhado que já vi. Os cenários, figurinos, trilha sonora, tudo encaixa perfeitamente, sem contar que tecnicamente o filme é muito bem feito. Se não fossem as máscaras assustadoras dos palhaços, poderia dizer que chega a ser visualmente lindo. Tenho que acrescentar que teve um belíssimo trabalho de direção.

A história é o ápice do trash, completamente sem o menor sentido: uma nave espacial (uma tenda de circo) chega a uma cidadezinha, dela saem palhaços alienígenas que começam a matar as pessoas locais (uma morte melhor que a outra). Tudo que poderia ser divertido num circo, como pipoca, algodão-doce, animais e até teatro de sombras são armas mortais nas mãos desses palhaços. O desfecho é um caso a parte, sensacional e incoerente, adorável para fãs do gênero!

Uma das coisas que mais gosto no filme são os barulhinhos que os palhaços emitem, parecem brinquedos de criança que quando apertados soltam assovios. Um toque bizarro e meio assustador. Mas as máscaras são um problema, bem trabalhadas e meio assustadoras, não recomendado para pessoas que já tenham medo de palhaço (conheço três pessoas que eu adoraria que vissem esse filme no Halloween).

Um filme que mistura terror e comédia, com uma trilha sonora totalmente anos 70/80 e com um cheirinho de naftalina que eu simplesmente adoro!! Travessuras, gostosuras ou algodão-doce recheadinho? hahahhahhahaha

Brinquedo Assassino

Por Paulo Junior

A primeira vez que vi Chucky aterrorizando a família do jovem Andy tinha apenas cinco anos. Lembro-me que era uma noite de domingo e que tinha visto na casa de minha avó. Depois desse filme conheci um medo que só passou aos 15 anos. Não é difícil ouvir relatos de jovens (e adultos) que tinham medo de Chucky, muitos ainda têm pavor do maligno Good Guys. Farei uma breve trajetória dos três primeiros filmes da série (considero apenas esses os filmes “sérios”, os outros viraram uma espécie de comédia sangrenta).

O assassino Charles Lee Ray (Chucky), em tiroteio com um policial, é alvejado e antes de morrer transfere sua alma para um boneco da linha Good Guys (boneco bonzinho, na tradução brasileira) através de um ritual voodoo. Na festinha de seu aniversário, Andy recebe de sua mãe o boneco bonzinho incorporado com a alma de Chucky. Para acabar com o ritual, Chucky só pode transferir sua alma para alguém que tenha confiado o seu maior segredo, seu verdadeiro nome. Andy é o escolhido, porém os planos de Chucky falham inúmeras vezes. A mãe de Andy e o policial que assassinou Chucky conseguem se livrar do boneco diabólico.

Depois de dois anos, a Play Pal Toys (empresa dos bonecos Good Guys) resolve recriar a linha dos bonzinhos, ativando a alma do assassino que novamente encarna o boneco. Andy agora mora com pais adotivos (sua mãe é internada em um hospital psiquiátrico). Chucky descobre o paradeiro de Andy e tenta concluir seus planos. Após criar um rastro de sangue, Chucky não consegue a transferência da alma e novamente é derrotado.

Depois de oito anos, a empresa Play Pal Toys resolve relançar a linha dos Good Guys, ativando novamente a alma de Chucky. Após assassinar o presidente da empresa, Chucky procura Andy, porém descobre que este tem dezesseis anos e está em uma escola militar. Com o intuito de possuir o corpo de Andy, Chucky muda de ideia ao conhecer o pequeno Tyler, que passa a ser seu novo alvo. Instaurando o terror entre os oficiais, Chucky tenta transferir sua alma para o corpo de Tyler. Impedido por Andy e a jovem Kristen, Chucky fracassa novamente, sendo derrotado.

Criado por Don Mancini, a trilogia (com destaque para o primeiro filme) se tornou um clássico para os amantes de filme de terror. O nome completo de Chucky, Charles Lee Ray, é inspirado nos famosos homicidas estadunidenses Charles Manson (assassino de Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski), Lee Harvey Oswald (assassino de John F. Kennedy) e James Earl Ray (assassino de Martin Luther King). Os filmes conseguem aterrorizar, com algumas doses de humor negro, o que torna a trilogia de Brinquedo Assassino obrigatória para todos os amantes da sétima arte.

Contatos de quarto grau

Por Verônica Petrelli

Acordo no meio da noite assustada. São 3h30 da manhã. Olhando os números do relógio piscando para mim no escuro, lembro-me de todas as cenas terríveis às quais assisti na tarde de hoje no filme Contatos de Quarto Grau. O filme em forma de documentário (baseado em casos reais) relata a vida de uma psicóloga chamada Abigail Tyler (Milla Jovovich) que após ver seu marido morrer em sua frente, enquanto faziam amor, resolve investigar acontecimentos passados que ocorrem na cidade de Nome, Alasca, Estados Unidos. Ela possui três pacientes com histórias em comum: todos sofrem de insônia, acordam por volta das 3 horas da manhã e observam uma coruja branca em sua janela sorrindo para eles. Olhei no relógio novamente: 3h31. Já estava começando a ficar nervosa e sabia que não iria mais conseguir dormir daí em diante.


Existem quatro graus de contato com alienígenas: o primeiro é a visão; o segundo é a evidência; o terceiro é o encontro; o quarto é a abdução. Enquanto observava o relógio amedrontada, pensei na história principal do filme: às 3h33 da madrugada, a coruja branca era um convite aos moradores de Nome para a abdução alienígena. Pensei na cara pálida, sofrida e raquítica de Abigail Tyler depois de ter sua filhinha abduzida por extraterrestres e nunca mais ter sabido do paradeiro da menina. Comecei a suar frio e tentei desviar meus pensamentos para coisas boas, mas nada de bom vinha na minha mente.

Já eram 3h32 no meu relógio. Comecei a imaginar a cena em que um dos pacientes de Abigail Tyler levita em sua cama, possuído por um E.T., dizendo que era Deus. Como pode uma criatura tão horripilante como aquela dizer que é Deus? Como pode eu começar a ter medo de coruja branca? Justo eu, que amo corujas!!! Acho que nunca um filme me impressionou tanto quanto este!

Ai, céus, o relógio virou para 3h33! É agora que eu não durmo mesmo! Chegou a hora, a terrível hora. Será que os alienígenas virão me buscar? Será que eu vou ser abduzida para nunca mais voltar? O medo está me consumindo e não sei mais o que fazer… Enfiar a cabeça embaixo das cobertas? Colocar o fone no ouvido e disparar uma música bem alta? Correr para o banheiro e me trancar lá? Nada disso vai adiantar… Já posso ouvi-los chegando!

(O longa gerou bastante polêmica por muitos alegarem que as cenas reais foram forjadas pela produção e que a psicóloga Abigail Tyler nunca existiu de fato. O filme foi um sucesso moderado de bilheteria, faturando mais de 46 milhões dólares em todo o mundo).

Abracadabra

Por Thais Andrea

O Halloween, provavelmente, deve ser o dia predileto, depois do Natal, é claro, de várias crianças (de idade e de espírito) do mundo, e como não seria? Doces à vontade, se fantasiar do que bem entender, e o aval para poder ir dormir mais tarde!

Me desculpem os grandões – ou seria velhões? – entusiastas do “real terror”, mas para mim o Halloween é uma grande festa infantil, mesmo com todo o misticismo que essa data envolve. E é por isso que, ao me ver, é quase que inevitável não lembrar do filme Abracadabra, que está para o Halloween, assim como Esqueceram de Mim está para o Natal.


O filme de 1993 do diretor Kenny Ortega – diretor dos três filmes da franquia High School Musical e da série Gilmore Girls – é um clássico infantil da Disney e arrecadou mais de 39 milhões de dólares de bilheteria. A trama conta a história Sarah (Sarah Jessica Parker), Mary (Kathy Najimy) e Winnie (Bette Midler), as irmãs Sanderson, três bruxas do século XVII que viviam na cidade de Salém, até o dia em que foram sentenciadas a morte pelos aldeões, após terem sugado a energia vital de Emily Binx e terem transformado o seu irmão Thackery Binx (Sean Murray) em um gato imortal o seu, que ao tentar salva-la é preso e punido por insultá-las dizendo que “não há crianças suficientes no mundo que as façam mais jovens e bonitas”. Ao serem executadas lançam uma maldição em que dizem que voltariam do mundo dos mortos quando um virgem acendesse a vela de chama negra que existia dentro da casa das irmãs. Então Binx, que se vê impossibilitado de voltar a sua família, dedica a sua imortalidade a proteger a vela, para que nunca ninguém a acenda.

300 anos mais tarde, em 1993, Max juntamente com seus pais e sua irmã mais nova, Dani, se mudam para Salém. Eles conhecem Allisson, uma jovem por quem Max se apaixona, que possui um grande conhecimento sobre a história das irmãs Sanderson. Então, na noite de Halloween, resolvem invadir a antiga casa das bruxas, e Max acende a vela, fazendo com que elas voltem a vida. Daí para frente a trama se desenvolve entre muita ação e aventura, costumeiras em filmes desse gênero infantil. E nos presenteia com cenas clássicas e inesquecíveis como quando cantam “I Put a Spell on You” de Screamin’ Jay Hawkins, que possui uma letra super pertinente ao momento do filme, em que as bruxas enfeitiçam com a canção, todos os pais da cidade. Vemos também uma veia extremamente cômica de Sarah Jessica Parker, a sempre simpática Kathy Najimy e um show de Bette Midler.

Abracadabra entra no hall daqueles filmes que não nos cansamos nunca de ver, que toda vez que passa na TV – e não são poucas – sentamos, assistimos e sentimos como se fossemos crianças novamente.

*Para aqueles que gostam desse filme (assim como eu), vale lembrar que no momento ele se encontra fora de catálogo, mas a Disney já anunciou o lançamento da versão em Blu-ray para novembro desse ano.