Por Breno Bringel

Crítico, professor de cinema e cineasta, Pablo Villaça é, hoje, um dos nomes mais conhecidos e prestigiados da crítica cinematográfica brasileira. Com uma extensa carreira como crítico Villaça lançou, em 2008, seu primeiro curta-metragem, chamado A Ética, e em 2012 o seu segundo trabalho, Morte Cega.

O curta apresenta a história de Francis, cineasta que certa noite tem um pesadelo com o comediante Geraldo Magela e, dessa experiência, escreve um curta de terror. Assim, Francis entra em contato com seu amigo Martinho, que conhece Magela, para que ele o ajude a convencer o comediante de participar do trabalho.

Com um tom metalinguístico, Villaça constrói, em pouco mais de 20 minutos, uma interessante história de humor negro, recheada com várias referências cinematográficas pontualmente introduzidas, que jamais soam gratuitas.

Desse modo, o diretor nos apresenta referências que transitam entre O Silêncio dos Inocentes e O Iluminado, sendo O Poderoso Chefão o mais lembrado, desde o nome do personagem principal do curta, que adota a abreviatura de Francisco por soar mais cinematográfico, às laranjas na sala de Magela, na cena mais enigmática do filme.

Villaça aproveita, ainda, para expor o preconceito das pessoas em relação aos curtas-metragens. Em certo momento, por exemplo, um personagem expõe que “curta também é cinema”, para depois exclamar que “ninguém vê curta-metragem”.

Com um roteiro que constantemente surpreende o espectador, uma direção segura, e uma boa montagem, Morte Cega é um ótimo exercício narrativo, com várias surpresas para os cinéfilos atentos.

Veja o curta: