Escrever sobre um curta-metragem de animação não é lá uma tarefa muito fácil. Como se critica um filme de 5 minutos? Neste tipo de produção, os diretores, produtores, animadores e toda a equipe por trás da empreitada, têm a missão de emocionar, cativar, prender ou até questionar em um tempo bem curto. Parece impossível. Não para a Pixar.

Lou te baixa a guarda com uma facilidade surreal, a Pixar (rainha em despertar todos os tipos de sensações) cumpre mais uma vez e com maestria seu trabalho. Estão sempre em busca – sorte a nossa – de nos provar que qualquer objeto, QUALQUER UM, pode ganhar vida, ganhar expressões e sentimentos, e nas mãos deles, parecemos fantoches e ao fim ficamos com aquela sensação: como é que eles me fizeram chorar por um par de bolas de tênis e uma blusa de frio? Pois eles fazem.

Uma escola infantil foi o cenário escolhido para a história, e o recreio é o momento da ação. Um amontoado de objetos esquecidos na caixa de Achados e Perdidos (Lost and Found em inglês) mostra logo no início que não pode ser resumido apenas à meros objetos, pois surpreendentemente têm sentimentos e vontades próprias. Esse amontoadinho atrai as crianças para brincar com os brinquedos da caixa para ver todos felizes e juntos, até a chegada de um garotinho valentão, que vai pegando os brinquedos dos colegas e guardando para si na mochila.

Lou é acima de tudo uma animação sobre bullying, sobre as sutilezas das amizades e das memórias, principalmente na primeira infância. Fazendo o que sempre faz, a Pixar consegue atingir a todos, independente da faixa etária, porque afinal de contas, alguns temas seguem sendo universais, e cá entre nós, conseguir dar expressão à bolas de tênis acopladas à uma blusa de frio, é no mínimo fascinante.

Lou

Ano: 2017
Direção: Dave Mullins
Roteiro: Dave Mullins
Gênero: ​Animação
Nacionalidade: Estados Unidos

Avaliação Geral: 4,5