Por Aline Fernanda

Para Norman a vida nos filmes de zumbis é mais interessante do que a vida real. Tudo isso porque ele, apesar de ter apenas 11 anos, tem algo em comum com alguns filmes de “terror”: ele vê pessoas mortas. Assiste a esses filmes com sua avó que já morreu e não sai da sala de estar, no caminho da escola cumprimenta quem um dia já encheu as ruas com vida. Seus pais e colegas de turma

O longa tem ar de clássicos de terror como Halloween – A Noite do Terror (1978), O Exorcista (1973), Poltergeist – O Fenômeno (1982), que os diretores, Sam Fell e Chris Butler, usaram como forma de alegrar não as crianças, mas principalmente os adultos, fãs desse gênero. Butler afirmou que se baseou em suas experiências infantis para fazer o longa, antes disso trabalhou no Departamento de Arte com A Noiva Cadáver, de Tim Burton e Coraline e o Mundo Secreto, este, da mesma produtora do ParaNorman.

A história caminha no limiar da vida e da morte, a trama teria tudo para funcionar muito bem, já que possui uma temática bastante chamativa, mas é fraca. Os 93 minutos do longa parecem muito mais, uma vez em que os diretores não nos aproxima dos personagens, falta carisma e não tem como entrar na luta do protagonista, principalmente. Algumas piadas simplesmente não rolam, apesar de claramente tentar relacionar algumas delas a assuntos atuais, elas não fazem sentido e soam repetitivas.

O que é legal no longa é que ele foi gravado inteiramente em stop-motion, para essa técnica são usados bonecos e para cada expressão é preciso um rosto. Pode-se levar de 3 a 4 meses para cada personagem ficar pronto, depois de pronto o primeiro boneco, os demais, do mesmo personagem, levam menos tempo para serem finalizados. Em ParaNorman foram feitos cerca de 178 bonecos para os 61 personagens e para isso foram necessários 60 criadores de bonecos. A sequência em que Norman conversa com seu tio no banheiro da escola levou um ano para ser filmada. O longa é o primeiro filme em stop-motion a utilizar uma 3D Color Printer para criar faces de reposição para seus personagens (para os leigos, assim como eu, é basicamente, mas não tão simples assim, desenhar em 3D em um software o que se deseja e depois de alguns procedimentos específicos mandar imprimir, o processo consiste em cerca de 3 fases diferentes de impressão, até que se chega ao resultado final, a forma 3D). Mais de 31.000 partes individuais de rostos foram impressas para a produção.

Apesar das falhas de roteiro, o longa tem seus méritos principalmente porque usam artefatos e as referências típicas do terror para amedontrar – unhas sujas, arrastar de pernas,  dentes podres – realmente um prato cheio para os apaixonados pelo gênero. ParaNorman, assim como a maioria das animações, tem sua “moral da história”, que nos faz pensar em como o “estranho” está se tornando “normal” na sociedade.

 

Cinemascope---ParaNorman-PosterParaNorman

Ano: 2012

Diretor: Sam Fell, Chris Butler.

Roteiro: Chris Bbutler.

Vozes: Anna Kkendrick, Leslie Mann, Casey Affleck, Kodi Smit-McPhee, Christopher Mintz-Plasse.

Gênero: Animação.

Nacionalidade: EUA.

 

 

 

Veja o trailer:

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