Agnès Varda, um dos nomes mais influentes da Nouvelle Vague francesa, morreu na madrugada desta sexta-feira (20/03). Segundo a confirmação da família, que estava com ela no momento, a diretora faleceu em casa, vítima de câncer.

Varda nasceu em Bruxelas, em 30 de maio de 1928, e iniciou seus trabalhos no cinema em 1955. Ao longo de mais de 60 anos de carreira, produziu filmes de extrema importância para o cinema mundial, entre eles Cléo das 5 às 7, Os Renegados, As Duas Faces da Felicidade e Uma Canta, a Outra Não.

Agnés também era reconhecida por seus documentários. Destes, se destacam Os Catadores e Eu, que retrata a sociedade francesa a partir de entrevistas com tipos diferentes de catadores, e Visagges, Villages, onde novamente viaja pela França, ouvindo histórias e fazendo fotos ao lado de JR. Este último trabalho concorreu ao Oscar 2018 na categoria de Melhor Documentário.

Em fevereiro deste ano, a diretora apresentou “Varda by Agnès” no Festival Internacional de Cinema de Berlim, agora seu derradeiro trabalho. No evento, ela recebeu o prêmio honorário Câmera Berlinale.

Sempre muito prestigiada, sua carreira foi marcada por honrarias concedidas por festivais e instituições de cinema ao redor do mundo. Varda foi a primeira diretora a ganhar o Oscar pelo conjunto da obra e a única mulher a ganhar a Palma de Ouro honorária.

Sempre a frente de seu tempo, Agnès Varda construiu uma filmografia iconoclasta, que aborda temas envolvendo a busca da mulher por identidade dentro da sociedade. Ao longo dos anos, sua visão como diretora manteve o espectador cativo graças à ousadia com que utilizou movimentos de câmera, montagens e cortes.

Certa vez, a diretora atestou “Eu vivo no cinema. Sinto que vivi aqui para sempre”. Ainda que sua partida seja difícil, Agnès Varda nos deixa um legado e estará para sempre conosco por meio de sua obra.

Confira abaixo um bate papo entre Joyce Pais e Catharina Strobel sobre quatro de suas obras.