Da redação

Por mais de dois mil anos existiu no Japão o ofício e tradição das AMAS, as caçadoras de pérolas. Em ASTRACÃ, pérolas extraordinárias, com uma pequena mutação, ressurgem num litoral do Atlântico Sul, onde vivem alguns músicos e comerciantes. São as mesmas pérolas que cem anos antes teriam levado à extinção a tradição dessas mulheres do mar e ao início das grandes fazendas de cultivo. O forte fascínio gerado por essas pérolas envolve um grupo de amigos nessa trama milenar, na qual um jovem beatnik, imune à cobiça, é chamado para levá-las de volta ao seu lugar de origem.

O filme possui aspectos peculiares em termos de linguagem que vêm desde sua estrutura metalinguística marcante dos realismos fantásticos, até seus usos da fotografia, da música original e desenho de som. Regente da obra, do argumento até a montagem e coordenação sonora, a diretora estreante Victoria Vic é responsável pela pulsão geradora de ASTRACÃ.

Algumas referências do filme retomam um cinema de autor que já foi símbolo da nossa produção. É possível citar um poema de Glauber Rocha: “O teatro brasileiro é genial. A poesia brasileira é genial. A música brasileira é genial. O romance brasileiro é genial. A imprensa brasileira é genial. A pintura brasileira é genial. A crítica brasileira é genial. A televisão brasileira é genial. O cinema nacional é um abacaxi”. Estas linhas foram escritas por Glauber no contexto de um cinema nacional marginalizado e de autor, experimental por natureza e crítico por necessidade. Sintetizado no abacaxi, este símbolo da tropicalidade, característico por sua acidez, único pelo seu sabor e por sua majestade certamente espinhosa.

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A produção do filme, financiada até o momento com recursos próprios, mobilizou o trabalho de dezenas de pessoas. Até a captação das imagens de modo horizontal e coletivo, e a partir daí utilizando como força a proposta da direção. Atualmente em pós-produção, está passando por mixagem da trilha sonora original, tratamento de cor, desenho de som, animação, efeitos 3D, identidade visual, legendagem e DCP. A equipe é formada por profissionais como Arthur Decloedt, de trilhas sonoras como A Bruta Flor do Querer, Pedro Lima, responsável pelo desenho de som da animação indicada ao Oscar O Menino e o Mundo, e finalização feita em cinco línguas na Cinecolor, frisando o foco em alta qualidade técnica e mercados internacionais.

No setor audiovisual há espaço e demanda para ambas as vertentes – a mais comercial e a mais artística -, por isso, a estratégia de distribuição vai combinar participação em festivais no Brasil e exterior, distribuição nas salas de cinema e ações de mobilização social em colaboração com a Taturana Mobi, acionando um circuito com mais de 3.000 exibidores em 400 municípios brasileiros.

O lançamento nos cinemas é previsto para o segundo semestre de 2017. O engajamento será iniciado no dia 18 de agosto com campanha de financiamento coletivo na plataforma Benfeitoria para levantar 59 mil reais, investidos na finalização, festivais e para ampliar as ações de circulação de ASTRACÃ.

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