Na noite de quarta-feira (dia 03) aconteceu a abertura do 24º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, no Auditório Ibirapuera. O festival trará, ao todo, 66 títulos em 5 mostras competitivas (quatro delas como disputas classificatórias para o Oscar), entre eles 22 estreias mundiais.

O festival se empenha em trazer o que há de melhor do cinema não-ficcional, tanto internacional quanto nacional. A abertura foi feita por Amir Labaki, presidente e fundador do É Tudo Verdade, que agradeceu a todos os incentivos culturais e patrocinadores que auxiliaram na realização do evento.  Subindo ao palco também Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural (apoiador cultural e um dos locais de exibição do festival), ele agradeceu pela chance de patrocinar um festival “cada vez mais relevante”. “É incrível o que temos que falar o que é verdade. O nazismo não é de esquerda”, falou Saron, em menção a recente fala do presidente Jair Bolsonaro no Memorial do Holocausto, em Jerusalém.

Também presente estava a cineasta Laís Bodanzky, recente diretora-presidente da Spcine, que copatrocina o evento pela 5ª vez e já garante parceria para 2020. Bodanzky disse que “é bom estar aqui num momento em que os festivais estão sentindo os cortes”, em referência aos cortes que o governo tem realizado e ameaçado o orçamento da cultura e de outros festivais.  Amir Labaki também agradeceu a Eduardo Salvatore, fotógrafo e expoente do fotoclubismo, que é autor da arte do festival deste ano. Presentes no evento e também agradecidos estavam dois membros do júri brasileiro, os cineastas e documentaristas Vladimir Carvalho e Cristiano Burlan. Também lembrado e presente lá estava Paulo Mendonça, presidente do Canal Brasil até o ano passado e membro do júri internacional.

O festival contará com duas homenagens para dois cineastas falecidos no ano passado. Uma para o cineasta francês Claude Lanzmann, com a estreia brasileira da tetralogia As Quatro Irmãs, e outra para o cineasta brasileiro Nelson Pereira dos Santos, exibindo a parte documental da sua obra.

O documentário Mike Wallace Está Aqui de Abi Belkin foi o filme de abertura deste ano. O filme acompanha a vida pessoal e a importante carreira de jornalista e apresentador do famoso programa 60 Minutes, Mike Wallace.  O presidente do festival justificou a escolha do documentário como filme de abertura dizendo ser um oportuno retrato do jornalismo moderno de uma importante figura. “É uma declaração de apoio irrestrito de solidariedade radical a todos os meios de jornalismo, tão atacados aqui e lá fora por forças obscurantistas”. Ele encerrou dizendo ser uma obra “contra fake news e fatos alternativos”.

O É Tudo Verdade acontece a partir do dia 4 de abril em São Paulo e a partir do dia 9 no Rio de Janeiro, ambas indo até dia 14. Na capital paulista os filmes poderão ser conferidos no Centro Cultural São Paulo, IMS Paulista, Itaú Cultural e Sesc 24 de Maio, enquanto no Rio será exibido na Estação Net Botafogo e IMS Rio.