Da redação

O curta-metragem de ficção Hospital da Memória, escrito e dirigido pelo paulistano Pedro Paulo de Andrade busca entender ao frenesi fotográfico dessa nova geração “Facebook – Instagram”, ávida por consumir e compartilhar imagens ao invés de viver experiências e aproveitar momentos importantes.

Hospital da Memória será apresentado para o público em sessão especial no Caixa Belas Artes, no dia 1 de julho e em seguida, cumprirá agenda de festivais e mostras internacionais de cinema, ao longo do próximo ano. Após esse período será disponibilizado na internet.

A história nasceu de uma experiência pessoal do diretor, que em 2013 perdeu o material bruto de algumas cenas do seu curta chamado Sobre Papéis. O conteúdo estava em um HD externo que simplesmente parou de funcionar. Depois de algumas tentativas frustradas de fazer o aparelho voltar à vida com suas próprias mãos, ele recorreu a profissionais. Acabou numa assistência técnica especializada em recuperação de dados, no centro da cidade. “Lá, na sala de espera, ele se viu rodeado de pessoas que, como eu, estavam preocupadas, abatidas, roendo unhas”, afirma.

Hospital da Memória (2)

E como numa sala de espera de um hospital de verdade, todos esperavam para saber da recuperação das memórias digitais. “Esperávamos notícias, diagnósticos. Em silêncio, fazíamos promessas para o Santo Expedito. Amigos e parentes ligavam para saber como estávamos com palavras de apoio”, completa.

O roteiro foi escrito ao longo de alguns meses e o curta mistura gêneros: comédia, drama, reflexão crítica e mistério.  O filme reflete sobre a cultura digital que mudou a forma como as pessoas se relacionam. A fotografia, o registro, é mais importante que a experiência.