O ano de 1968 foi marcado por revoluções no mundo inteiro. Jovens em diversos países da América, Europa, Ásia e África foram às ruas em manifestações orientadas por ideias anti-imperialistas e progressistas. As reivindicações eram extensas e incluíam melhorias nos direitos dos trabalhadores, maior aceitação das mulheres e dos homossexuais na sociedade e medidas democráticas como o movimento de direitos civis, liderados sobretudo por negros. Influenciados por teorias políticas vindas do maoísmo e do trotskismo, os protestos generalizados tiveram na Guerra do Vietnã seu maior estopim.

Nesse período de ebulição coube às artes, em especial ao cinema, reproduzir os anseios e angústias da sociedade da época. Para comemorar os 50 anos dessa temporada histórica, a mostra 1968: como está não vai ficar reúne 23 filmes que retratam essa ocasião única. Organizado pelo CINUSP o evento exibe desde longas produzidos no calor do momento até análises posteriores, que ressaltam a importância das manifestações e analisam suas vitórias e derrotas.

Entre os títulos selecionados pela curadoria estão os franceses Tudo Vai Bem do Grupo Dziga Vertov e Classe da Luta do Grupo Medvedkine, frutos do movimento de Maio de 68 que visava dar um fim ao regime do General De Gaulle. A Batalha da Maria Antônia e 1968: a greve de Contagem são alguns dos representantes brasileiros que refletem as greves dos trabalhadores e o acirramento da ditadura militar, que encerrou aquele ano com o decreto do AI-5. Países como México, Itália, EUA e a extinta Checoslováquia também terão longas exibidos.

As manifestações mundiais foram únicas e inovadoras, mas salvo algumas exceções, em sua maioria não conseguiram alcançar seus principais objetivos. O motivo para isso foram as respostas dos respectivos governos, orquestradas de maneira dura e repressora. Para retratar tais consequências serão exibidos filmes como O fundo do ar é vermelhoNo intenso agora e 68, a fim de entender melhor a causa dos fracassos dos movimentos. Após a projeção de 68 será realizado um debate com o professor Celso Favaretto, no dia 8 de novembro.

Toda a mostra acontece no CINUSP Paulo Emílio (Rua do Anfiteatro, 181 – Colméia – Favo 04), entre os dias 29/10 e 02/12/2018. O espaço tem capacidade para 100 pessoas. Confira mais informações aqui.