Da redação

Um espaço sofisticado e que segue os moldes dos grandes cineclubes paulistanos do século passado, será aberto no dia 30 de janeiro, sábado, a partir das 15h, como parte das celebrações pelo aniversário de São Paulo. A Casa Guilherme de Almeida vai inaugurar em seu espaço Anexo a Sala Cinematographos, que contará com uma programação diversificada de filmes semanalmente. O espaço terá em torno de 80m² e capacidade para 40 pessoas. A entrada é gratuita.

Guilherme de Almeida 03 (Acervo Casa Guilherme de Almeida)A Casa é uma instituição da Secretaria da Cultura do Estado, gerenciada pela organização Poiesis. Especialmente para a abertura será exibido o filme São Paulo, Sinfonia da Metrópole (1929), de Rudolf Lustig e Adalberto Kemeny, com trilha sonora ao vivo por Livio Tragtenberg.

“Cinematographos” é o nome original da coluna que Guilherme de Almeida escrevia diariamente no jornal O Estado de S. Paulo entre os anos 1920 e 1940, pioneira da crítica cinematográfica em nosso país. Durante dezesseis anos ele produziu milhares de críticas de filmes das mais variadas origens e temas. Com uma programação intensa, o novo espaço vem resgatar esse ofício do poeta, propondo a difusão, o debate e a formação sobre o cinema e seus diversos aspectos.

A Casa Guilherme de Almeida firmou uma parceria com a Versátil Home Video, principal distribuidora de DVDs do país para realizar mensalmente a “Sessão Versátil” na Sala Cinematographos.

Programação
Inauguração Sala Cinematographos 

30 de janeiro, às 15h
Solenidade Abertura da Sala Cinematographos, com a presença do Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Mattos Araujo, da Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico, Renata Motta, e do diretor executivo da Poiesis – Organização Social de Cultura, Clóvis Carvalho.

30 de janeiro, às 15h30
Exibição do filme São Paulo, sinfonia da metrópole, de Rudolf Lustig e Adalberto Kemeny, com trilha sonora ao vivo por Livio Tragtenberg.

30 de janeiro, às 16h30
Palestra sobre o filme e leitura da crítica escrita a ele por Guilherme de Almeida, em 1929, pelo coordenador do Projeto Cinematographos, Donny Correia.30 de janeiro, às 17h
Palestra A fotografia e as transformações urbanas na capital paulista, por Luciana Fátima, sobre como as inúmeras transformações pelas quais a cidade de São Paulo passou ao longo de sua história e os registros fotográficos de tal evolução, permitem analisar o impacto no ambiente imaginário de alguns fotógrafos em diferentes momentos históricos.

30 de janeiro, às 17h40
Exibição do filme São Paulo, sinfonia e cacofonia, de Jean-Claude Bernardet, com a presença de seu diretor e da montadora Maria Dora Mourão.

30 de janeiro, às 19h
Coquetel de encerramento.

O QUE VEM POR AÍ
Após a inauguração, a nova sala de cinema já tem dois eventos confirmados:

Sessão Versátil: Copacabana Mon Amour, de Rogério Sganzerla
19 de Fevereiro, às 19h
Para iniciar o ciclo de sessões, será exibido o clássico marginal de Rogério Sganzerla, Copacabana mon amour (1970), em cópia restaurada e com a presença da cineasta e atriz Helena Ignez (protagonista do filme), que participará de um bate-papo com Fernando Brito, curador da Versátil e com Donny Correia, coordenador da Sala Cinematographos.Sessão Matinê: A Trilha Sonora de Marcello Tupynambá
21 de Fevereiro, às 15h
A Sessão Matinê destina-se à projeção e discussão de temas relacionados ao cinema brasileiro clássico. Nesta primeira edição serão comentadas as participações do compositor modernista Marcello Tupynambá em trilhas de filmes como Coisas nossas (1931), Honra e ciúmes (1933) e Angela (1951). O músico, mestre em musicologia e bisneto do compositor, Marcelo Tupinambá Leandro, comentará aspectos do movimento modernista brasileiro e como seus principais representantes consideravam e atuavam no campo da cinematografia. Este evento conta com apoio da Cinemateca Brasileira.

 
CHAPLIN: 80 anos de um tempo moderno
27 de fevereiro, às 15h
Por Donny CorreiaTempos modernos, filme revolucionário e polêmico de Charles Chaplin, estreou nos Estados Unidos em 25 de fevereiro de 1936. Em 12 de junho do mesmo ano, após assistir à produção, Guilherme de Almeida publicou uma crítica a ela em sua coluna “Cinematographos”, no jornal O Estado de S. Paulo, classificando-a como “uma sátira aos (próprios) tempos modernos”, considerando a grande ousadia do diretor ao fazer um filme mudo numa época em que filmes sem diálogos já eram coisas da “pré-história” do cinema.

Para homenagear os 80 anos desta ousadia técnica e estética, convidamos o público a se vestir com elementos do traje do famoso personagem Carlitos e vir à Sala Cinematographos para ver (ou rever) Tempos modernos em cópia restaurada. Após a sessão haverá uma discussão em torno do filme, com a leitura da crítica escrita por Guilherme no calor da hora de seu lançamento.
Serviço
Sala Cinematographos – Casa Guilherme de Almeida Anexo
Rua Cardoso de Almeida, 1943. Tel. 3673-1883.
www.casaguilhermedealmeida.org.br