Quando criança/adolescente, eu vivia no mundo da lua. Livros, desenhos animados com Esferas do Dragão e Digimundos, habitavam minha cabeça (muito mais do que o mundo real). Foi justamente nessa época que surgiram no cinema as sagas de Harry Potter e O Senhor dos Anéis e, durante todo o tempo em que novas produções dessas chegavam as salas, eu e meus amigos alimentavam mais e mais teorias sobre o fim que elas levariam. O mercado, aproveitando dessa maré fez muita grana explorando esse nicho milionário. Nicho esse, que foi superado aos poucos e hoje é habitado pelo universo dos super heróis dos quadrinhos.

Quando assisti ao trailer de I Kill Giants, me lembrou exatamente dessa época de fantasia. No trailer Bárbara (Madison Wolfe) é a típica nerd da escola que vive em outra dimensão (acho que foi aí que me identifiquei) e tem poucos amigos. Ela acredita piamente que o mundo é habitado por criaturas místicas que ela chama de gigantes (acho que nunca cheguei a tanto. Acho), e, obviamente, ninguém além dela parece acreditar. Mas, mesmo assim, ela segue sua missão de eliminar os monstros com suas próprias forças.

A primeira olhada, parece ser o filme que nós, espectadores, vamos colocar em dúvida a própria sanidade da protagonista. Tanto quanto os demais personagens do filme, que é baseado numa história em quadrinhos. Ele se vende como “dos mesmos produtores de Harry Potter”, certamente tentando alcançar um público que hoje se vê órfão das aventuras do menino bruxo.

Fiquei bem interessado em descobrir se aquilo tudo é real ou não. Para mim, parece ser uma metáfora para problemas maiores. Para alguém que quer ver o mundo além da barreira do possível. Uma metáfora para os sonhadores que querem ter um vida maior do que somente pagar boletos e morrer. Espero que esteja certo.