Para finalizar nosso Especial Terror Slasher, depois de passar pelos principais franquias do gênero, fizemos uma lista com os filmes mais interessantes e que merecem ser vistos. Por mais que as franquias contem com inúmeras continuações, boa parte delas não merece muita atenção e foram feitas apenas para ganhar mais uma graninha nas costas de adolescentes em busca de desafios. Esse é o público alvo do gênero que vai ao cinema em turmas para ver se seu colega realmente tem coragem de assistir a um filme do gênero.

Para tanto, separamos aqui para você de qualquer idade, uma lista dos melhores filmes que foram citados no especial e que merecem ser vistos para entender e gostar do gênero slasher. Rola até chamar os amigos e fazer uma maratona com esses títulos. Bom proveito.

PSICOSE (1960)

Para começar com o pé direito, é bom iniciar com uma das origens do subgênero. O clássico de Alfred Hitchcock Psicose (1960), não é propriamente um slasher, mas foi responsável por influenciar as produções que viriam a seguir.

Baseado no livro de mesmo nome que, por sua vez, tem inspiração no caso real do serial killer Ed Gein, o filme conta a história de um misterioso hotel de beira de estrada, seu proprietário Norman Bates (Anthony Perkins) e sua sinistra relação com sua mãe.

Psicose foi uma das primeiras produções de sucesso a explorar a ideia do serial killer. O filme conta com uma das cenas mais importantes da história do cinema que é o assassinato no chuveiro. Ela influenciou filmes e cineastas desde então. Também já foi parodiada diversas vezes por aí.

Além de ser um título básico para qualquer cinéfilo, as técnicas utilizadas por Hitchcock, não só aqui, mas em sua filmografia, são relevantes para a construção de diversos outros filmes do gênero. Inclusive, a cena do chuveiro iria ser frequente nas produções com um mascarado assassinando pessoas por aí.

O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Concebido como um filme de exploitation, O Massacre da Serra Elétrica (1974) acabou influenciando diversas outras produções que viriam a seguir. Criado por Tobe Hooper, o filme também tem como base o caso do assassino Ed Gein, que influenciou o criador de Psicose. Mas, ao invés de um serial killer, Hooper resolveu criar uma família de psicopatas canibais.

As demais sequências da franquia traçam caminhos, digamos, bem diferentes, o que faz não haver muita continuidade entre os episódios. Melhor concentrar suas atenções apenas no primeiro que é assustador até hoje.

Destaque para o personagem Leatherface e sua máscara de pele humana que seria a marca registrada da franquia. A cena final, com o personagem bradando sua motosserra ao pôr do sol, entraria para as mais icônicas do gênero. Ela ainda traz a final girl original tendo seu destino traçado na tela. Cena bizarramente bela.

Halloween – A Noite do Terror (1978) e Halloween (2018)

Dirigido pelo consagrado diretor John Carpenter, o original de 1978 Halloween – A Noite do Terror, o slasher ganha um tom mais cult. Com menos violência, a ponto de ser lembrado de “filme de terror sem sangue”, consegue trabalhar muito bem a atmosfera aterrorizante com um final apoteótico. Foi responsável por influenciar uma dezena de outros filmes e franquias do gênero e trouxe também a ideia de relacionar um filme slasher a uma data marcante. Coisa que se repetiria, por exemplo, em Dia dos Namorados Macabro (1981).

Depois de inúmeras continuações e remakes, em 2018 é lançado um novo capítulo que ignora todas as sequências da franquia. Chamado apenas como Halloween, esse filme é uma sequência direta do original. A principal diferença aqui é que em Halloween 2 – O Pesadelo Continua (1981) descobrimos que Michael Myers e Laure Strode são irmãos. A partir disso, toda a franquia vai se pautar nos laços de sangue do serial killer. Nesse novo episódio isso não existe e, inclusive, os próprios personagens do filme citam o fato apenas como um boato na cidade.

A continuação conseguiu ser tão boa quanto o original e ainda atualizar o universo de Michael Myers para uma realidade de smartphones e redes sociais. O filme ainda vai ter uma terceira parte chamada Halloween Kills (2021), que era para ser lançada ainda em 2020, mas foi adiada em quase um ano devido à pandemia.

Sexta Feira 13 (1980), Sexta Feira 13, parte 2 (1981) e Sexta Feira 13 – Parte 3 (1982)

Apesar de acontecer certa queda na qualidade das três produções, é interessante assistir a essa trilogia para entender o universo de Jason Voorheess. Em Sexta-Feira 13 (1980) nos é contada a história do pequeno Jason que por um descuido dos monitores, acabou afogado no lago do acampamento Crystal Lake. Uma série de assassinatos começa a ocorrer, mas o responsável ainda não é o próprio Jason. O filme é todo construído tendo os assassinatos ocorrendo majoritariamente em primeira pessoa, como se nós espectadores estivéssemos em sua pele, como na cena de abertura de Halloween – A Noite do Terror. Isso causa um suspense para descobrir quem seria.

Em seguida, em Sexta Feira 13, parte 2 (1981) descobrimos que Jason, de alguma forma conseguiu sobreviver e está vivendo ainda nos arredores do acampamento. No final do primeiro capítulo tivemos um vislumbre do pequeno Jason saindo das águas do lago, mas não ficava claro se era real ou um pesadelo da única sobrevivente. Aqui Jason utiliza um saco na cabeça com um furo para o olho que ainda não tem sua principal marca.

Por fim, no terceiro capítulo, Sexta Feira 13 – Parte 3 (1982) Jason finalmente encontra usa sua famosa máscara de hockey consolidando sua imagem no cinema e no imaginário popular. Esses três filmes, apesar de como já dito, ter variações quanto sua qualidade, consolida o personagem, seu universo e suas principais características.

A Hora do Pesadelo (1984) e O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger (1994)

Aqui o gênero slasher tomou contornos realmente sobrenaturais. Apesar de Jason sempre voltar, não ficava muito claro se ele tinha poderes, até a chegada de capítulos mais a diante. Em A Hora do Pesadelo (1984), uma criatura assassina pessoas através de seus sonhos. Ou seja, se você dormir, você morre. Nasce nesse filme o personagem Freddy Krueger que iria, ao lado de Jason, ser um dos personagens do terror mais famosas de todos os tempos. Tanto que anos mais tarde os dois iriam se enfrentar em Freddy vs Jason (2003).

O personagem foi criado pelo diretor Wes Craven, baseado em seus próprios pesadelos e medos de infância. Apesar de inúmeras continuações, apenas o original e o episódio O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger (1994), foram dirigidos por ele. O primeiro merece ser visto por ser original, onde tudo se inicia além, é claro de ser um excelente filme. Na versão de 1994, Craven brinca com a ideia de um horror pós-moderno em que os próprios atores do primeiro são atormentados por Freddy. O próprio Wes Craven interpreta ele mesmo. Além disso, O Novo Pesadelo é um dos mais assustadores da franquia.

Pânico (1996)

Dando continuidade ao que fez com O Retorno de Freddy Krueger, Craven volta com a ideia de um terror pós-moderno. Aqui, o universo de Pânico (1996) faz referência não só a um filme específico mas ao gênero terror.

Além disso, os demais filmes da franquia fazem referência não só ao gênero, mas ao cinema como um todo. O Pânico 2 (1997) irá ter diálogos a respeito de continuações, Pânico 3 (2000) comentários em relação a trilogias e assim vai. Nem todos são excelentes, mas ao menos o primeiro merece ser visitado. Ainda mais após ter mais familiaridade com o universo slasher, assistir a Pânico é um orgasmo de referências.

Todos os filmes da franquia foram dirigidos pelo próprio Craven. O diretor faleceu em 2015 e atualmente, um novo capítulo da franquia está em produção e os principais atores dos demais filmes já confirmaram suas participações. A previsão de lançamento do filme é para 2022.

Bonus: A Tortura do Medo (1960)

Contando a história de um serial killer que tenta fotografar as expressões de horror de suas vitimas, A Tortura do Medo (1960) é um grande cult injustiçado. Isso por que, ele teve o azar de ter sido lançado no mesmo ano que o já citado aqui Psicose. Isso fez com que as atenções que ele merecia se voltarem para o clássico de Hitchcock.

Olhando com mais atenção, Tortura do Medo até se encaixa mais nos parâmetros de um slasher do que Psicose. Um homem branco com traumas psicológicos busca vitimas para descarregar as consequências de seus próprios dramas e traumas. O curioso aqui é que o assassino utiliza sua própria câmera como arma de assassinato.

Apesar dessas características, o filme se encaixa mais no gênero terror psicológico. Visto que o que move a trama são as questões internas do assassino, mais do que a identidade das vitimas. Fazendo com que o filme seja uma espiada na mente de um assassino.

Bom, esses são alguns dos filmes que passamos durante nosso especial e que acredito que são interessantes de  serem vistos por quem quer entender e gostar do gênero. Mas nada impede que você explore os demais filmes das franquias citadas e tire suas próprias conclusões. Afinal, a ideia aqui não é trazer nada conclusivo ou definitivo, apenas dar dicas de onde começar e poupar tempo de assistir continuações desnecessárias.

Pra fechar, deixo aqui um vídeo engraçadinho e muito bem produzido, imaginando como seria se principais personagens do slasher e do terror estivessem em um colegial americano. É uma chuva de referencias e de muita coisa que a gente comentou sobre aqui no nosso especial, mas de um jeito bem cômico. Aqui ainda você pode ver uma continuação mostrando os personagens durante a vida adulta.