Por Lívia Fioretti

Os sortudos que já tiveram a oportunidade de ir a Roma sabem que A Princesa e o Plebeu (Roman Holiday ou Vacanze Romane, 1953) é um filme que fez muito mais do que consagrar a cidade eterna nas telonas hollywoodianas: ele se tornou um dos clássicos mais copiados da história e lançou um dos maiores nomes do cinema, Audrey Hepburn.

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O filme é um “Cinderela às avessas” e conta a história da princesa Ann (Audrey Hepburn) que está cumprindo sua entediante agenda real em Roma. Após um colapso nervoso causado pela monotonia de sua vida, a jovem foge durante a noite e é encontrada pelo pobretão Joe Bradley (Cary Grant), que passa a se mostrar interessado na companhia somente ao descobrir a verdadeira identidade da jovem, que se passa por estudante. Ao lado de seu melhor amigo, Irving Radovich (Eddie Albert), Joe decide realizar secretamente uma matéria exclusiva sobre a princesa. O jornalista galã só não estava contando com a paixão que avassala seu coração.

Cinemascope - Audrey HepburnIndependente do roteiro ‘água com açúcar’ o filme aborda grandes questões, que vão desde a quebra de paradigmas estipulados pela sociedade até um amor impossível devido a diferença de classes sociais.

Inicialmente, William Wyler pretendia que o papel da doce princesa fosse interpretado pela diva Liz Taylor ou por Jean Sinmons, que rejeitaram a oferta. Ao decidir inovar lançando um novo rostinho nas telas, o diretor descobriu uma atriz desconhecida que se tornaria um dos maiores nomes de Hollywood: Audrey Hepburn. Apesar de ser seu primeiro papel como protagonista, Hepburn o desempenhou impecavelmente e levou seu primeiro e único Oscar. O personagem  Joe Bradley teve Cary Grant como primeira opção, mas o figurão não gostou muito de ter a atenção dividida com seu par romântico. Além do casal, o fotógrafo amigo de Bradley brilhou o suficiente para chamar a atenção de todos, dando indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante a Eddie Albert.

A obra marcou o cinema mundial pelo seu pacote completo. Desde as interpretações, roteiro, diálogo e até figurino, transformaram A Princesa e o Plebeu em um dos maiores ícones do gênero comédia romântica. A atuação incontestável de Hepburn convenceu o público com seu ar romântico e doçura apaixonate, fazendo todos acreditarem que era uma princesa ansiosa para desbravar o mundo, mesmo que ele se resumisse às ruas romanas. O filme foi indicado a dez Oscars, levando três (Melhor atriz, Melhor Figurino – preto e branco e Melhor História Original).

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 VOCÊ NÃO SABIA QUE…

– O roteiro seria inicialmente de Frank Capra, que o rejeitou após descobrir que o roteirista fora Dalton Trumbo, acusado na época de ser comunista, o que o colocou na lista negra de Hollywood  (que boicotava empregos dos simpatizantes ao comunismo).

– O filme foi lançado na época em que a princesa Margareth (irmã da princesa Elizabeth) estava apaixonada pelo plebeu Peter Townsed. Entretando, o romance terminou pelo motivo mais óbvio: a disparidade social.

– A produção foi temporariamente cancelada no momento da recusa por parte da atriz Jean Sinmons.

– O 11º episódio da série americana Gossip Girl faz uma homenagem ao filme.

– Na gravação da cena despedida, Audrey não conseguia chorar, como exigia o roteiro. Após várias tentativas, o diretor William Wyler reclamou, fazendo com que Audrey começasse a chorar, podendo finalmente ser rodada com sucesso.

– Na década de 1970 foi considerada uma sequência para o filme, que reuniria novamente os atores. No filme, Ann já seria uma rainha e Joe Bradley seria um romancista de sucesso, e seus filhos se apaixonariam. Porém, a ideia nunca saiu do papel.

 Veja o trailer: