Por Lui Machado

Hoje, 19 de junho, é o Dia do Cinema Brasileiro. Para comemorar, listamos alguns filmes lançados recentemente que, se você ainda não viu, deveria correr para ver!

 

Martírio – Dir: Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana Almeira
(Documentário)

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Sinopse: O retorno ao princípio da grande marcha de retomada dos territórios sagrados Guarani Kaiowá através das filmagens de Vincent Carelli, que registrou o nascedouro do movimento na década de 1980. Vinte anos mais tarde, tomado pelos relatos de sucessivos massacres, Carelli busca as origens deste genocídio, um conflito de forças desproporcionais: a insurgência pacífica e obstinada dos despossuídos Guarani Kaiowá frente ao poderoso aparato do agronegócio.

Por que assistir?  O documentário investiga a fundo a questão indígena no Brasil, trazendo à tona o recorte de uma realidade muito longe da vivida nos grandes centros urbanos brasileiros. Com uma direção belíssima, Martírio é a melhor obra a abordar a violência com as populações indígenas no país e consegue o objetivo de incomodar e emocionar o espectador.

Prêmios: Prêmio Melhor Filme do Júri Popular e Prêmio Especial do Júri (49º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro); Melhor Documentário Brasileiro (Prêmio do Público) e Prêmio Spcine para o Cinema Brasileiro de Melhor Documentário (40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo); Melhor Longa-metragem da Competitiva Latino-americana); Melhor Longa-metragem da Competitiva Latino-americana (31º Festival Internacional De Cine De Mar Del Plata); Prêmio de Melhor Filme (IX Janela Internacional de Cinema do Recife).

O Lobo Atrás da Porta – Dir: Fernando Coimbra
Drama/Thriller

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Sinopse: 
Numa delegacia, um homem (Milhem Cortaz), sua mulher (Fabíula Nascimento) e a amante dele (Leandra Leal) são interrogados. Arrancados pacientemente pelo detetive (Juliano Cazarré), um após o outro, seus depoimentos vão tecendo uma trama de amor passional, obsessão e mentiras que levará a um final completamente inesperado.

Por que assistir? Com um roteiro riquíssimo, ótimas atuações e bela fotografia, O Lobo Atrás da Porta é um baita filme. Não é à toa que foi o grande vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, levando sete dos doze troféus da competição.

Prêmios: Melhor Longa-Metragem de Ficção, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem de Ficção (Grande Prêmio do Cinema Brasileiro-2015)

Califórnia – Dir: Marina Person
Drama/comédia

 

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Sinopse: Início dos anos 1980. Estela (Clara Gallo) é uma adolescente que vive os conflitos típicos da idade, de identidade, amizade e amor. Ela tem um ídolo, o tio Carlos (Caio Blat), jornalista musical que vive nos Estados Unidos. E o maior sonho da menina é visitá-lo na Califórnia, durante as férias. Os planos dela vão por água abaixo, no entanto, quando ela descobre que é ele quem está voltando para o Brasil, magro, debilitado por consequência de uma doença sobre a qual a medicina apenas começava a se debruçar.

 Por que assistir? Califórnia não é premiado como Martírio, tampouco tem a complexidade de metáforas como Aquarius ou a crítica social latente de Que Horas Ela Volta?. Mas é um filme leve e divertido. E às vezes isso basta. Sensível, bem dirigido e com uma forte pegada pop, Califórnia é um daqueles filmes perfeitos para relaxar e vale a pena o voto de confiança.

Prêmios: Melhor ator coadjuvante no Festival do Rio (para Caio Horowicz); melhor atriz no Mix Brasil (Clara Gallo)

A Cidade Onde Envelheço – Dir: Marília Rocha
Drama

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Sinopse: Uma jovem portuguesa que vive no Brasil recebe em sua casa uma amiga com quem já não tinha contato. Surge uma profunda ligação entre elas: enquanto uma lida com a saudade irremediável de casa, a outra vive uma aventura em um novo país.

Por que assistir? Sensível, belo e muito bem dirigido, A Cidade Onde Envelheço é um filmaço. É muito interessante acompanhar o desenvolvimento das duas personagens principais. Aliás, o filme passa fácil no teste de Bechdel.

Prêmios: Prêmio Abraço, principal estatueta do Festival de Cinema da América Latina de Biarritz; melhor filme, direção, ator coadjuvante e melhor atriz,  dividido entre Elizabete Francisca e Francisca Manuel, (9º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro).

Gabriel e a Montanha – Dir: Fellipe Barbosa
Drama

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Sinopse: O estudante Gabriel Buchmann viaja à África em busca de inspiração para um doutorado em políticas públicas. No caminho ele decide escalar o Monte Mulanje, que é o pico mais alto do Malawi. No entanto, a aventura não sai como planejado.

Por que assistir? O filme levou prêmio Revelação na Semana da Crítica em Cannes em maio deste ano. Além disso, o filme é baseado na história real do jovem Gabriel Buchmann, que morreu na África ao término de uma viagem.

Prêmios: Prêmio Revelação France 4 (Festival de Cannes)

 

Boi Neon – Dir: Gabriel Mascaro
Drama

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Sinopse: Iremar é um vaqueiro de curral que viaja pelo Nordeste trabalhando em vaquejadas. Seu maior sonho é largar tudo e começar uma nova carreira na moda como estilista no Polo de Confecções do Agreste.

Por que assistir? A fotografia de Boi Neon é maravilhosa e Juliano Cazarré está muito bem no personagem de Iremar. O longa foi indicado para vários prêmios internacionais e é uma das grandes obras do cinema nacional nos últimos anos.

Prêmios: Prêmio Especial do Júri no Festival de Havana. Melhor Direção no Festival Internacional de Cinema de Marrakech, no Marrocos; Prêmio Especial do Júri da Mostra Orrizonti, Festival de Veneza; menção honrosa no Festival de Toronto (Canadá) e Melhor Filme nos festivais de Adelaide (Austrália) e Varsóvia (Polônia).

 

O Menino e o mundo – Dir: Alê Abreu
Animação

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Sinopse: Sofrendo com a falta do pai, um menino deixa sua aldeia e descobre um mundo fantástico dominado por máquinas-bichos e estranhos seres alienígenas. Uma inusitada animação com várias técnicas artísticas que retrata as questões do mundo moderno através do olhar de uma criança.

Por que assistir: A animação de Alê Abreu venceu Annie Awards, considerado o “Oscar da animação” no ano passado e foi indicado ao Oscar (o original). É lindo e emocionante. Você não pode deixar de assistir.

Prêmios: Melhor Animação independente, no Annie Awards 2016, Festival Annecy 2014, nas categorias Prêmio Cristal e Grande Prêmio do Público, e Grande Prêmio Brasileiro de Cinema, nas categorias Melhor Filme de Animação e Melhor Filme Infantil.

Hors Concours

Que Horas Ela Volta? – Dir: Anna Muylaert
Drama

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Sinopse: A pernambucana Val se mudou para São Paulo com o intuito de proporcionar melhores condições de vida para a filha, Jéssica. Anos depois, a garota lhe telefona, dizendo que quer ir para a cidade prestar vestibular. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, porém o seu comportamento complica as relações na casa.

Por que assistir? O drama estrelado por Regina Casé já pode ser considerado um clássico. Passou o rodo no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro-2016 (venceu sete troféus), foi premiado na Confederação de Cinemas de Arte e Ensaio na seção Panorama do festival de Berlim e no festival de Sundance (EUA), de melhor interpretação feminina. Se você ainda não assistiu, não admita em voz alta…

Prêmios: Prêmio Especial do Júri (Festival Sundance); Melhor longa-metragem de ficção, Melhor direção, Melhor atriz coadjuvante, Melhor roteiro original, Melhor montagem ficção (GP do Cinema Brasileiro); Melhor filme (Festival de Berlim).


Aquarius – Dir: Kleber Medonça Filho
Drama

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Sinopse: Uma jornalista aposentada defende seu apartamento, onde viveu a vida toda, do assédio de uma construtora. O plano é demolir o edifício Aquarius e dar lugar a um grande empreendimento.

Por que assistir? É impossível falar de cinema nacional sem falar de Aquarius. Um dos filmes nacionais mais aclamados pela crítica gringa e brasileira nos últimos anos, Aquarius conta com uma atuação soberba de Sônia Braga, numa metáfora ácida e certeira sobre o momento político do Brasil.
Prêmios:  Melhor diretor e melhor atriz (Prêmios Fênix); Melhor Filme estrangeiro (César 2017), Melhor Filme (Festival de Amsterdã); Melhor produção nacional (Associação Paulista dos Críticos de Artes); Melhor Filme (Festival de Sidney).