Por Paulo Pereira
James Bond em um determinado momento na luta contra a terrível organização criminosa, intitulada SPECTRE, exclama a seguinte máxima em latim: Tempus fugit. E realmente ele tem razão. Há nove anos conhecemos a nova faceta de Bond: bruto, sanguinário, inconsequente, alcoólatra, misógino e loiro. Acompanhamos os primeiros passos do jovem 007, desde o seu primeiro amor até os problemas iniciados desde a sua promoção.
Ao final de cada filme, o espectador não possuía muitas informações sobre os vilões e as redes terroristas que os cercavam. Quem era Le Chiffre? Para quem Greene trabalhava realmente? Silva fazia parte de qual grupo criminoso? Tais questionamentos rondavam os pensamentos do público. Em 007 Contra Spectre essas dúvidas são parcialmente respondidas.
Tempos após a morte de M e a destruição de Skyfall, Bond recebe um vídeo de M pedindo que mate um terrorista italiano e vá ao seu enterro. Atendendo ao último pedido de sua saudosa chefe, o agente britânico parte para a Cidade do México, na ocasião do Dia dos Mortos, e executa a missão não-oficial. De volta a Londres, recebe a informação de que o burocrata C pretende abolir o programa 00 e substituí-lo por drones. A partir daí, Bond inicia sua missão atrás da onipresente, onisciente e onipotente SPECTRE.
Se nos dois primeiros longas-metragens da era Craig notamos um insolente Bond, em 007 Contra Spectre somos apresentados ao 007 clássico: maduro, elegante, perspicaz e até com uma dose sensata de humor. Nessa nova aventura do espião mais famoso do cinema notamos uma série de referências aos outros filmes da série.
Destacaremos os aspectos positivos do filme: fotografia espetacular, cenas de ação eletrizantes, montagem competente e uma trilha sonora impecável. Como podem perceber, o longa-metragem acertou em cheio nos elementos técnicos. Isso é inegável.
Entretanto, tem sérias falhas no roteiro e no desenvolvimento da narrativa. Apesar do esforço em tentar ligar os três filmes anteriores, muitas brechas das outras histórias não foram bem resolvidas. Além disso, as personagens de Lucia Sciarra e de Mr. Hinx foram pouco aproveitadas e o grande vilão da aventura não convence em muitas cenas. Uma atuação preguiçosa de Christoph Waltz, que parece ter reciclado seu inesquecível Coronel Hans Landa (Bastardos Inglórios, 2009).
Apesar dos prós e dos contras, o filme cumpriu o que prometeu. Certamente, uma produção muito bem realizada e diversão garantida. Com isso fechou-se duas eras que contribuíram para a trajetória de uma das personagens mais icônicas da história do cinema: a Sam Mendes e a Daniel Craig. Rumores indicam que Craig viverá novamente o espião britânico, entretanto, muitos jornalistas indicam que ele não beberá mais “Vodka Martini, shaken, not stirred”. A grande dúvida que paira é a seguinte: quando James Bond voltará às telonas?
Ano: 2015
Direção: Sam Mendes
Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade, Jez Butterworth
Elenco principal: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux
Gênero: Ação
Nacionalidade: EUA, Reino Unido
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