Crítica do filme Amazônia

Por Fausto Fernandes

Amazônia conta a história de Castanha, um macaco-prego criado no Rio de Janeiro, que, vendido para um circo, sofre um acidente de avião e vai parar no meio da selva Amazônica. Lá, descobre um novo universo e tem de se adaptar ao novo e encantador habitat. Diante do choque de realidade, o pequeno conhece seus novos vizinhos, suas instalações, ameaças, além do amor.

Parece roteiro de desenho animado, mas o filme é inteiramente “real”, todas as personagens e locações não foram fabricados para o filme (o que torna a obra uma mistura de ficção e documentário) e as cenas são de tirar o fôlego de tão belas. Com o nosso cotidiano tão urbano e cinza, adentrar nesse mundo verde e cheio de vida – além da humana – nos faz perceber que realmente devemos apreciar, respeitar e preservar todo o sistema.

Na natureza tudo tem uma razão de ser e Castanha percebe isso, mesmo que algumas ações sejam condenáveis, o que acontece na floresta é de um equilíbrio natural, tanto que a presença humana é vista como monstruosidade e o macaco procura se distanciar daquela figura.

A técnica do filme é indiscutível, imagens riquíssimas e lindas que podem muito bem serem usadas como estudo da fauna e flora do local. O uso do 3D só reforça a magnitude da floresta. Não tem como não ficar boquiaberto com o requinte visual.

Foram 10 meses só de filmagem, com 45 toneladas de equipamento e uma equipe de cerca de 300 pessoas que foi preparada para respeitar o tempo da floresta. Eles estavam lá para jogar a favor da natureza, expedições foram feitas antes, consultas com órgãos competentes, tudo para que o real protagonista da história, a Amazônia, fosse retratada fielmente.

Por trás do apelo infantil para narrar a trajetória do macaco “civilizado”, somente em alguns países é que Castanha e sua parceira receberam vozes (no Brasil, Lúcio Mauro Filho e Isabelle Drummond, respectivamente), Amazônia vai além. Trata-se de uma experiência audiovisual única, na qual se usa de tecnologia de ponta para resgatar sentidos e lições perdidas com toda essa evolução contemporânea.

Amazônia