Quando falamos de super heróis nos vem a mente homens poderosos de outro planeta que passaram a amar a Terra e a defendê-la; ou homens ricos que passaram por uma tragédia que os fez reverem suas vidas; ou homens comuns que passaram por alguma intervenção científica responsável por seus incríveis poderes. Todos esses homens não possuíam a melhor das intenções, mas aprenderam que “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”, como já dizia o sábio Tio Ben.
Diferente da maioria dos personagens, onde o caráter do herói se constrói aos poucos durante a história, O Capitão América é um homem de princípios, convicto de suas escolhas e com um caráter louvável (nada melhor que isso para uma América em guerra). Um homem que prefere lutar e morrer do que apenas ver a Guerra passar. Alguém que deseja fazer a diferença. Ele já tem o caráter, já tem uma alma heróica, só lhe falta força.
Tenho que lembrar que esse personagem foi criado em uma época de guerra real, onde era crucial incentivar a população norte-americana a ser patriota e investir na guerra para que o país tivesse fundos para mandar seus homens para a Europa. O período e o enredo no qual o Capitão América foi criado é de fato um diferencial em comparação aos outros heróis que conhecemos, e o fato de ele ser inicialmente quase raquítico e depois se tornar o homem que ajudou a vencer a guerra é uma bela metáfora para: “Todos podem fazer a diferença! A América precisa de vocês!”
Temos então o jovem Steve Rogers (Chris Evans), que tenta assiduamente entrar para o exército americano, porém sua condição física o impede de ingressar. Um cientista decide escolher Rogers para suas experiências relacionadas ao supersoldado americano. Assim Rogers tem sua chance de fazer a diferença, mas após o sucesso da experiência, o governo o utiliza apenas como garoto propaganda da guerra, assim nasce o Capitão América (com a roupa baseada na bandeira americana). Sabendo que podia muito mais, Rogers ingressa em uma missão de resgate de soldados americanos e então começa de fato a fazer a diferença.
O longa me surpreendeu, o enredo ficou fantástico! Qualquer um que nunca sequer ouviu falar sobre o Capitão América consegue entender a história toda. Ninguém fica perdido com o roteiro bem construído. Não foi só um filme de ação e aventura com muita luta e explosões, foi um filme que explica quem é Steve Rogers, como ele se tornou o Capitão América e como foi importante durante a Segunda Guerra (no mundo Marvel).
Não posso deixar de comentar sobre os efeitos especiais que foram incríveis e me deixaram de queixo caído. Depois de uma pesquisinha básica soube que, 13 empresas diferentes confeccionaram os efeitos especiais de aproximadamente 1600 cenas. Sem contar todo o estudo para ambientar o filme nos anos 1940, como a construção dos veículos, cenários, figurino e estilo gráfico. Mas um dos efeitos mais interessantes é o que reduz Chris Evans para um homem fraco e magro, efeito que ficou sob a responsabilidade de uma empresa da Califórnia. A redução digital é um processo bem trabalhoso e exige meticulosidade para que se mantenha um padrão em todas as cenas. Evans perdeu cerca de 12cm de altura, ficou com o nariz e o queixo mais angulares e com ombros menores tudo através dos efeitos visuais.
Dentre os filmes de super heróis, posso dizer que o Capitão América é um dos visualmente mais lindos que já vi. Não é um dos meus heróis favoritos, mas chegou bem perto com esse longa. Como designer, não pude deixar de ficar deslumbrada com os créditos finais. Fizeram um belíssimo trabalho 3D sobre pôsteres clássicos da Segunda Guerra Mundial, dando a eles profundidade e realismos que me prenderam até seu final. Sem dúvida um trabalho visual lindíssimo!
Capitão América: O primeiro vingador (Captain America: The First Avenger)
Ano: 2011.
Diretor: Joe Johnston
Roteiro: Christopher Markus e Stephen McFeely.
Elenco Principal: Chris Evans, Samuel L. Jackson, Hugo Weaving.
Gênero:Aventura.
Nacionalidade: EUA.
Veja o trailer:
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