Por Marília Bacci
Na manhã de 29 de Dezembro de 2001 eu estava no sítio de uns amigos, esperando o começar de mais um ano, quando vi no jornal que uma das cantoras que eu mais admirava havia falecido. Li a matéria e, sem poder evitar, comecei a chorar. O detalhe é que eu tinha apenas 11 anos de idade, e mesmo sendo uma manteiga derretida e chorando por muita coisa boba, as lágrimas ali eram genuínas.
Portanto, quando fui assistir ao documentário Cássia Eller, não podia esperar menos do que mais lágrimas. Faz muito tempo que escuto Cássia e quando era mais nova e participava de um coral queria ser como ela: cantar para me sentir feliz e fazer as pessoas se sentirem assim também. Exatamente como eu me sentia quando a escutava no rádio. E vendo o filme percebe-se que ela era tudo aquilo que parecia mesmo ser.
O filme começa com relatos escritos pela cantora recitados, e imagens de vários shows. Ao longo dele, o que percebemos é que foi mostrada a verdadeira Cássia Eller, nada de omitir aspectos de sua vida ou sua relação com todos os extras que o rock’n’roll trás.
O diretor Paulo Henrique Fontenelle (Loki) fez um belo trabalho para deixar o documentário bem dinâmico, com depoimentos nas horas certas. E apesar do ar do cinema estar bem forte e eu não ter levado um casaco, o filme me arrepiou em vários momentos.
Conta-se a história de Cássia desde o começo de sua carreira, em Brasília. Sobre seus musicais, sobre as primeiras gravações, como se envolveu com Maria Eugênia, sua companheira por muitos anos. Sua vontade de ter filhos e o nascimento de Chicão. A experimentação com outros ritmos além do rock, até que ela caiu no gosto popular do brasileiro e estourou nas rádios e TV. Também mostra como ela lidava com o sucesso e o que ocorreu até ela dar entrada no hospital. Após a morte da cantora, o documentário ainda conta sobre a batalha judicial que envolveu Chicão, Maria Eugênia e o pai da cantora que pediu a guarda de seu filho.
Toda a vida da cantora está ali contada por quem mais a conhecia, familiares e amigos de trabalho, tudo isso costurado com gravações e fotos da própria Cássia.
Se você é fã dela, se interessa por música, ou está procurando por um filme para assistir no cinema, eu diria que Cássia Eller é a pedida, pois mesmo se você não conhece sua obra, vai admirar o trabalho feito por ela e pelo diretor. Claro, porque se ela não fosse a pessoa que era esse seria apenas mais um documentário.
Ano: 2015
Direção: Paulo Henrique Fontenelle.
Roteiro: Paulo Henrique Fontenelle.
Gênero: Biografia, documentário
Nacionalidade: Brasil
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