Por Ana Carolina Diederichsen
Jay (Maika Monroe) é uma jovem comum que leva uma vida pacata. Uma noite, sai (e transa) com um rapaz. Depois do ato, ele prende a menina a uma cadeira e explica que a partir de agora ela é portadora de uma maldição. O “mal” sexualmente transmissível, que ela agora carrega se apresenta na forma de uma pessoa que somente ela pode ver, que pode ter traços demoníacos ou não, e que a persegue caminhando lentamente. Embora seja possível fugir, dada a velocidade do “mal”, ele é fatal se vier a tocá-la. Portanto, a partir de agora, cabe a Jay fugir desses seres pelo resto de sua vida.
Com essa premissa diferente, o terror independente ganhou certo destaque em festivais renomados. A fotografia, embora apresente belos e eficientes enquadramentos, evidencia o caráter quase amador e “low budget” do filme.
Numa primeira avaliação, a maldição sob a forma de contágio sexual pode ser interpretada como um importante alerta, promovendo indiretamente uma campanha contra as DSTs. Mas essa visão logo vai por água abaixo quando você descobre que a única maneira de se livrar do “mal” é o passando adiante, ou seja, transando com a maior quantidade de pessoas possível.
Dessa maneira, quando uma pessoa contaminada pelo mal faz sexo com outra, o mal que atormentava a anterior, passa a perseguir a próxima, e assim por diante. Daí o título, que tipifica uma corrente. Ou seja, a brilhante ideia de uma campanha de conscientização se converte num pesadelo à medida que incentiva, como a única opção, o sexo desenfreado.
Um dos pontos fortes do filme é a trilha sonora. Dissonante e bem inserida, causa o desconforto necessário para completar o clima de suspense. Apesar de não ser bela, apresenta tons interessantes e contribui, como poucas, para a criação do terror.
David Robert Mitchell, diretor pouco experiente, conduz as cenas com segurança e pode despontar em breve. Usa bem a construção do suspense, se pautando nos tradicionais clichês do terror. Outro aspecto positivo é que, mesmo sem efeitos especiais mirabolantes e monstros de aparências terríveis, garante alguns bons sustos. É competente e mostra uma equipe promissora, mas pelo frisson que causou, o longa poderia (e deveria) ser mais ousado.
Ano: 2014
Diretor: David Robert Mitchell
Roteiro: David Robert Mitchell
Elenco Principal: Maika Monroe, Keir Gilchrist, Olivia Luccardi, Lili Sepe.
Gênero: Terror/Suspense
Nacionalidade: EUA
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