Por Luciana Ramos
Costa da Morte propõe-se a oferecer um panorama vasto sobre as paisagens e pessoas que vivem ao redor da Costa da Morte, que fica situada na Galícia, sul da Espanha.
O documentário começa com a filmagem de uma longa cena onde árvores são cortadas. Segue-se então longos e abertos planos da costa que nomeia o filme, seus rochedos e o mar. Os planos são alongados e os habitantes da região aparecem ao fundo, como sombras, desempenhando atividades costumeiras como caça e pesca.
Intercalam-se às imagens seus depoimentos de lendas e costumes da região. Porém, devido a escolha do enquadramento, nunca é oferecido ao espectador um rosto para aquelas vozes: o interesse do diretor Lois Patiño é exatamente incorporar tais histórias a um panorama geral. Sendo assim, é a Costa a protagonista do seu filme.
Em alguns momentos, são filmados ritos e festas em um tratamento mais urbano, mas o prevalecente é a natureza e a sua relação (nem sempre harmoniosa) com o homem que ali vive.
Ainda que consiga preencher o seu objetivo, Patiño realiza um filme que se perde em imagens amplas de um local que, os poucos e desconexos depoimentos indicam, tem muito mais a oferecer.
*Crítica publicada originalmente como parte da cobertura da 38° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Ano: 2014
Diretor: Lois Patiño
Gênero: documentário
Nacionalidade: Espanha
Veja o trailer: