Crítica do filme Jogos Vorazes

Por Silas Mendes

Adaptação do livro de Suzanne Collins e continuação de Jogos Vorazes, Em Chamas mostra as consequências da vitória de Katniss Everdeen e Peeta Mellark na Capital e nos 12 distritos, onde levantes parecem estar acontecendo. Katniss e Peeta agora moram na vila dos vencedores do distrito 12, onde Haymitch mora, por ter vencido a 50º edição dos Jogos Vorazes.

Seguindo o formato do primeiro filme, a primeira parte (mais da primeira hora de projeção) se dedica quase que exclusivamente a apresentar a nova situação e desenvolver as personagens desse “novo universo”. Dando espaço também para apresentar novos personagens que serão de grande importância dessa parte dos jogos em diante, mostrando que Jogos Vorazes era coisa de criança.

Definitivamente, o maior acerto do filme é em aceitar o tom obscuro e saber como trabalhá-lo (com um ou outro plano/cena que poderiam ser cortados sem problemas), algo semelhante ao que foi feito – longe de comparações específicas – na maior parte dos filmes de Harry Potter, considerando que algumas adaptações tendem a amenizar o conteúdo mais sombrio de uma obra.

O elenco todo trabalha muito bem, não falo com base nas características dos personagens do livro, pois ainda não os li (sim, uma vergonha eu sei, mas a minha atual pilha de livros agradece), mas com base no trabalho dos atores, especialmente Jenna Malone (Johanna Mason) e Sam Claflin (Finnick Odair), Jennifer Lawrence manda bem, óbvio, mas algumas partes envolvendo pesadelos e sustos soaram extremamente forçadas.

Um pequeno e relativo “porém” do filme: sua duração. Embora não sejam de todas cansativas, suas pesadas 2 horas e 26 minutos podem tornar algumas partes do filme arrastadas. Por exemplo, em um momento logo após o início dos Jogos (onde os personagens fogem dos oponentes por uma floresta e enfrentam algumas ameaças bizarras, como uma névoa venenosa ou um bando de macacos assassinos), que acabou ficando um bocado arrastado.

Encare como um aviso. Pode ser entediante em um momento outro, mas não é uma regra e nem é algo que prejudica a obra como um todo.

Os figurinos, efeitos, cenários e fotografia continuam o surpreendente bom trabalho do primeiro longa da saga, agora com muito mais, já que a Lionsgate abriu o cofre e dobrou o orçamento do primeiro para o segundo filme, no entanto, o roteiro não consegue repetir o feito por completo, trazendo alguns momentos confusos para a tela.

Fico feliz em dizer que nesse filme eu não fiquei zonzo com uma câmera que claramente deu uma passadinha no bar antes de ir ao trabalho. A câmera agora está muito mais segura, correndo e pulando atrás de Katniss como uma pessoa normal corre e pula, não como um bonecão de posto (embora apesar de zonzo, particularmente eu tenha gostado da estética da coisa toda tremida em alguns momentos :P)

Jogos Vorazes: Em Chamas pode ser considerado um filme superior ao primeiro, em certo sentido, mas é claramente um filme de transição, cumprindo seu papel como tal. E que venha A Esperança.

P.S.: Comentem o que acharam do final… rs.

Jogos Vorazes – Em chamas (The Hunger Games – Catching Fire)