Por Juliana Mangorra
Um musical sobre sonhadores. Essa é uma das definições para o aclamado La La Land, que fala do romance de Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling) e como um ajuda ao outro a realizar o seu sonho. Escrito e dirigido por Damien Chazelle (Whiplash – Em Busca da Perfeição), o filme é uma viagem à “Era de Ouro” dos musicais de Hollywood reproduzida nos dias de hoje.
Sebastian é um pianista que chega a Los Angeles com o desejo de abrir um clube de Jazz. Ele quer preservar esse ritmo pelo qual é apaixonado e que acredita estar morrendo. No entanto, toca jingles no piano de um bar, porque “ter conta pra pagar não é nada romântico” como sua irmã lhe diz. Assim, ele conhece Mia, uma atriz iniciante que trabalha numa cafeteria na Warner Bros. para ganhar a vida enquanto busca oportunidades para sua carreira. Ela participa de vários testes, mas nunca consegue se sair bem.
Essa tentativa de alcançar o sucesso profissional é representada no início por jovens que saem de seus carros e começam a cantar e dançar no engarrafamento. O trânsito congestionado simboliza a competição de muitos que saem de casa em direção a Los Angeles para seguirem seus sonhos. O título La La Land é a forma como chamam carinhosamente a cidade. As cores vibrantes dos figurinos – predominada por vermelho, amarelo, azul e verde – lembram os musicais dos anos 30, 40 e 50 e se relacionam com toda fantasia de Hollywood, mas sem sair do presente.
A abertura aproxima o público com a música empolgante, dá o clima de musical e a impressão de que será repleto de coreografias. O que não acontece e pode incomodar a quem for ao cinema com essa expectativa. O diretor utiliza diversas referências desse gênero cinematográfico e faz uma homenagem, sem seguir o mesmo modelo desse gênero. Embora a quantidade de canções seja pouca, elas foram suficientes e bem aplicadas nas cenas.
Outro fator importante foi a escolha dos protagonistas Stone e Gosling. Chazelle queria atores não profissionais de musical. Com isso, o longa ficaria com vozes naturais mais próximas do cotidiano das pessoas, transportando-as com mais facilidade para a tela. Ryan aprendeu a tocar piano em três meses e não precisou de dublês nas gravações. Vencedor de sete Globos de Ouro e com 14 indicações ao Oscar, La La Land é um tributo ao cinema e as grandes estrelas, onde até a história de amor faz alusão a um clássico.
Em um dos momentos mais emocionantes, o filme mostra como seria a vida de Mia se tudo tivesse acontecido de uma forma diferente. Assim como os personagens de Ingrid Bergman e Humphrey Bogart em Casablanca, o romance de Sebastian e Mia foge dos clichês e tem um final surpreendente.
La La Land – Cantando Estações
Ano: 2016
Direção: Damien Chazelle
Roteiro: Damien Chazelle
Elenco Principal: Emma Stone, Ryan Gosling, John Legend, J.K. Simmons
Gênero: Comédia musical, romance
Nacionalidade: EUA
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