Por Verônica Petrelli

Muito frio na Antártica. Vários pinguins fofinhos andando em linha reta em direção a um horizonte desconhecido. E em meio a esse cenário, estão os questionadores Capitão, Kowalski e Rico. Os três pinguins não aceitam o fato dos seus outros colegas serem submissos e marcharem para um lugar que nem sequer conhecem só para seguir o bando. Decididos a fugir do sistema, o trio parte para a sua primeira aventura: o resgate de um ovo de pinguim, de onde sairia Recruta, o quarto membro da equipe. Os três amigos enfrentam focas ameaçadoras e ocasionam uma explosão em um navio abandonado para salvar o ovo. E aí, voilà: estão formados os agentes secretos mais sortudos e atrapalhados do mundo animal.

Logo após esse prólogo, voltando aos dias atuais, o quarteto cai nas garras pegajosas do polvo Dave, que atua sob o disfarce de Dr. Octavius Brine. O vilão resolve se vingar de todos os pinguins dos zoológicos por onde passou, aplicando neles o misterioso Soro da Medusa. Afinal, Dave sofreu muita rejeição por vários zoológicos ao redor do mundo: sempre foi a sensação da garotada e o bichinho mais querido dentre todos, mas foi só os pinguins chegarem para ele cair no esquecimento e começar a ser chutado de zoológico para zoológico.

Em meio a um embate com os comparsas de Dave na Itália, em Veneza, o quarteto de pinguins recebe a inesperada ajuda da Vento do Norte, uma liga de elite destinada a salvar animais indefesos. Entre brigas e desentendimentos, as duas trupes resolvem unir esforços para derrotar os planos diabólicos do polvo e salvar o Recruta, que acabou sendo sequestrado junto com os outros pinguins.

Apesar de ter um roteiro bastante simplista, a animação arranca boas risadas do público. As trapalhadas de Capitão, Kowalski, Rico e Recruta e suas estratégias de última hora para salvar os indefesos são extremamente engraçadas, de cair da cadeira do cinema de tanto rir. Afinal, eles roubavam a cena na trilogia Madagascar e precisavam de um spin-off para chamar de seu, para gerar ainda mais carisma entre os fãs da saga. Definitivamente, garantia de gargalhadas na certa!

Outro ponto positivo é que as reivindicações do polvo Dave são tão compreensíveis que chegamos a criar até um amor pelo vilão. Ninguém gosta de ser abandonado e deixado a segundo plano, e isso marcou a vida de Dave de uma forma tão forte que temos vontade de pegá-lo no colo e adotá-lo para que ele esqueça o sofrimento do passado.

No entanto, a impressão que temos é que a DreamWorks fez mais um filme a toque de caixa, apenas para explorar o sucesso dos pinguins da série Madagascar, sem muita exploração dos efeitos visuais e, pior ainda, com um roteiro previsível ao extremo. O maniqueísmo do bonzinho contra o malvadinho e a certeza de que o vilão irá se dar mal no final deixam a história pobre e simplista, mesmo em se tratando de uma animação infantil. Um enredo totalmente diferente se comparado aos filmes da Pixar e da Disney, que trazem histórias profundas, marcantes e imprevisíveis.

Mas vale de verdade uma passadinha no cinema para conferir. Só pelas risadas. Afinal, quer quarteto de pinguins mais engraçado e fofinho que esse?

 

Pôster - Os Pinguins de Madagascar

Os Pinguins de Madagascar (Penguins of Madagascar)

Ano: 2015

Diretores: Simon J. Smith e Eric Darnell

Roteiro: John Aboud e Michael Colton

Vozes: Tom McGrath, Chris Miller, Christopher Knights, Conrad Vernon, John Malkovich, Benedict Cumberbatch, Annet Mahendru, Ken Jeong

Gênero: Animação

Nacionalidade: EUA

 

 

 

Veja o trailer:

 

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