Por Aline Fernanda e Joyce Pais
Merida é a primeira protagonista mulher da Pixar, que sempre centrou suas tramas em personagens bem sucedidos como Woody (Toy Story), Flik (Vida de Inseto), Relâmpago McQueen (Carros), entre outros. Conduzida pelas mãos de Brenda Chapman, Valente narra a trajetória da filha do rei Fergus e da Rainha Elinor, que, para trilhar o seu próprio destino desafia tradições milenares, negocia com uma bruxa e luta pelo direito de não dar a sua mão a um lorde do reino.
O longa é corajoso ao propor uma quebra das tradições clássicas sobre o que é ser uma princesa. Orientada por sua mãe desde pequena, Merida aprende regras básicas de etiqueta, deixar seu cabelo arrumado, como ser educada e frágil, nas palavras de Elinor, ela “deve ser perfeita”. Porém, a rainha não contava com a personalidade independente e determinada da filha. A jovem de cabelos desgrenhados desbrava a floresta que rodeia o castelo, montada em seu cavalo Angus com o seu arco e flecha em mãos, presente dado pelo pai quando ainda criança – extrapolando o conceito do que é ‘coisa de menino’ e ‘coisa de menina’.
Assim como a protagonista, o rei Fergus, se distancia dos clichês. Apesar de grandalhão, com cara de mal, comilão e desajeitado, esconde atrás do brutamonte um homem sensível e compreensível com os questionamentos de sua filha adolescente. Diferente dos dois, Elionor se mostra uma mulher forte e de atitude, é ela quem coloca ordem no reino, literalmente, de forma sensata, regida pelos ensinamentos míticos baseados em lendas escocesas, que perduram por gerações.
Ao questionar a instituição casamento afirmando que talvez nunca esteja pronta pra isso, para alcançar sua sonhada liberdade de escolha, trava uma batalha pessoal com a sua mãe. Os conflitos familiares levantados são plausíveis e podem se ajustar a situações cotidianas. A tempestuosa relação entre mãe e filha nada mais é do que suas diferenças gritando.
Um dos aspectos que mais chamam atenção em Valente são os cenários. Ambientado na Escócia, no período da Idade Média, eles são muitos detalhistas e majestosos, resultado de um intenso trabalho de pesquisa, já que para criar digitalmente o castelo e floresta, a Pixar se inpirarou no material colhido durante as visitas ao país. Importante destacar o eficiente uso do 3D diretamente aliado com o desenvolvimento narrativo do longa, que atua como um elemento a favor da história.
A transformação que ocorre no segundo ato da trama nos lembra o filme Irmão Urso (2003), produzido pela Disney, onde Kenai é transformado em urso pelos espíritos da montanha e aprende a ver o mundo sob uma ótica diferente e tenta voltar a sua condição de humano.
Observação: Ao espectador foi reservada uma agradável surpresa, antes do início do longa, é exibido o curta-metragem indicado ao Oscar, La luna (Pixar), que narra a história de um garotinho que vai com o pai e o avô para o mar aprender a incomum profissão da família.
Diretor: Mark Andrews.
Roteiro:Brenda Chapman, Irene Mecchi.
Vozes: Emma Thompson, Kelly Macdonald, Billy Conelly, Kevin McKiddAno.
Vozes versão dublada: Luisa Palomanes, Luiz Carlos Persy, Mabel Cezar, Rodrigo Lombardi, Luciano Szafir e Murilo Rosa.
Gênero: Animação
Nacionalidade: EUA.
Veja o trailer:
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