Por Soraya Yumi
Primeiramente agradeço o espaço que foi-me oferecido nesta seção, prometo que tentarei fazer bom uso desta, atualizando e comentando sobre o marcante seriado dos anos 90, Twin Peaks, dos criadores e produtores David Lynch e Mark Frost. Àqueles que nunca ouviram falar, ou que já ouviram mas não tiveram a oportunidade de acompanhar o seriado, segue nos próximos parágrafos um incentivo para ver/rever a série.
A quantidade de indicações e prêmios ganhos pelo seriado são uma mostra da grandiosidade do que pode ser considerado um dos trabalhos mais bem sucedidos da televisão norte-americana. Além disso, Twin Peaks foi novamente indicado ao TCA Awards (Television Critics Assossiations Awards) em 2011, na categoria “Série de Importância Histórica”, que foi criada para homenagear produções que estabeleceram um marco, ultrapassando seus limites e tornando-se parte da cultura popular, é uma categoria na qual as indicações independem de ser uma série nova ou antiga.
O enredo da série gira em torno da investigação do FBI que é liderada pelo agente especial Dale Cooper, interpretado pelo estadunidense Kyle MacLachlan, (que já havia trabalhado com o diretor David Lynch nos filmes Duna e Veludo Azul) e sua missão é desvendar os mistérios por trás do brutal assassinato da jovem, e não tão inocente, Laura Palmer. Até aqui parece ser apenas mais uma história de investigação criminal clichê norte-americana, mas por trás desse incidente aparentemente previsível existe o imprevisível, que torna esta série única e imortal.
É considerada única por singularizar os objetos, ações e personagens, e é neste processo que reside a genialidade – leia-se: a alma que mantêm o seriado vivo até hoje – pois se fragmentarmos alguns elementos poderíamos notar os seguintes estratagemas: o modo como é filmado os acontecimentos da pacata cidade; de como é transmitida a leitura sobre a essência do ser humano; do toque transcendental dos acontecimentos; características da podridão humana; e principalmente da riqueza de detalhes apresentados em cada cena, diálogo, e monólogo; já que todos os episódios possuem uma introdução especial que é executada em forma de monólogo por uma mulher (conhecida como “Log Lady”) que segura um tronco como se fosse um bebê.
Digo por “introdução especial” a construção de cada monólogo recitado pela Log Lady, esta, uma personagem que ultrapassa a excentricidade não só por carregar um tronco, mas especialmente pelos falares non sense e de suas perspectivas sobre o mundo ao seu redor. De primeira instância a reação normal do telespectador é ignorar tal personagem, afinal, quando escutamos coisas que estão além de nossa compreensão tencionamo-nos a ignorar, quando na verdade deveríamos prestar mais atenção já que este é um dos detalhes que nos faz perceber a série como um todo.
Essa personagem, “Log Lady”, é apenas uma das tantas que pode te intrigar e causar-lhe muitas interrogações e risadas, só assistindo para conhecer melhor cada personagem de perto. Por ora, só mencionarei isso.
Assista o Trailer: