Por Verônica Petrelli
Se David Yates chegou a ser rechaçado no início de seu “mandato” como diretor de Harry Potter, devido às falhas de roteiro que começaram em Harry Potter e a Ordem da Fênix, ele teve uma bela chance de se redimir no último e derradeiro filme da série. E ele realmente conseguiu, levando uma das sagas cinematográficas mais importantes e rentáveis do cinema ao seu gran finale. Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 foi o filme de maior bilheteria da saga e a terceira maior bilheteria da história do cinema. Yates conseguiu amarrar as pontas e corrigir os erros deixados nos últimos longas, fazendo uma obra extremamente épica e que, com certeza, é um tributo aos mais fiéis fãs de Harry Potter.
As duas partes de Relíquias da Morte são bem diferentes. A primeira é uma espécie de filme de estrada, em que os personagens principais deixam o mundo de Hogwarts para trás e o relacionamento humano do trio é posto à prova. Já a segunda metade é praticamente um filme de guerra, em que Hogwarts volta a ser o centro das atenções e uma batalha épica é travada entre os bruxos. A divisão da obra literária para a adaptação cinematográfica foi muito bem pensada nesse sentido.
Um ponto importante em Relíquias da Morte Parte 2 é a nostalgia que os realizadores proporcionaram para os fãs mais entusiastas da série: objetos da Sala Precisa que vimos ao longo de todos os outros filmes vieram à tona (Diabretes da Cornualha, peças de xadrez, enfeites das festas de Slughorn, armários de troféus etc.) e personagens de episódios mais antigos retornaram às telas (Profª Trelawney, Prof. Slughorn, Madame Pomfrey, Quim Shacklebolt, Cho Chang, Lilá Brown, Olívio Wood…). Outro aspecto que faz o espectador se encantar pelo último filme da saga é o fato de a batalha de Hogwarts ser o pano de fundo para várias histórias que estão acontecendo individualmente: o amor entre Hermione e Rony, o conflito interno de Harry por saber que é uma horcrux, as revelações de Severo Snape na penseira, o passado sombrio de Alvo Dumbledore. Todos esses elementos chave são entrepostos de maneira muito inteligente em meio a uma batalha épica e inefável, cheia de efeitos especiais e marcada por uma fotografia incrível.
E melhor ainda é saber que David Yates conseguiu dar um jeito de esclarecer como Harry Potter consegue identificar todas as horcruxes no filme (visto que no livro Dumbledore explica ao seu pupilo as origens de cada pedaço de alma de Voldemort, mostrando cada objeto). Por também ser uma horcrux, Harry consegue senti-las, ele pode notar a presença dos objetos amaldiçoados, algo que deixou a adaptação mais inteligente do que o próprio livro. Bela saída para quem não havia explicado sobre a Taça de Hufflepuff ou o Diadema de Ravenclaw.
Logo no início do longa, o trio deduz que existe um pedaço da alma de Voldemort escondido no cofre de Belatriz Lestrange em Gringotes e resolve ir ao local com a ajuda do duende Grampo. Para enganar os trabalhadores do banco dos bruxos, Hermione toma a Poção Polissuco para fingir ser a comensal da morte. A atuação da atriz Helena Bonham Carter nesta cena foi simplesmente fantástica. Para a interpretação ficar o mais fidedigna possível, Emma Watson realizou as cenas de Belatriz enquanto Helena assistia a tudo e fazia anotações. Não é só maravilhoso o modo como a atriz recria o trabalho de Emma Watson, mas também como ela mostra uma Hermione extremamente desconfortável no corpo de uma comensal da morte. Não apenas pelo fato da jovem bruxa utilizar saltos de 13 centímetros pela primeira vez, mas também porque ambas são totalmente diferentes física e psicologicamente. E Helena Bonham Carter conseguiu reproduzir fielmente todos os trejeitos e manias de Emma Watson como Hermione, roubando a cena e conquistando ainda mais o respeito dos fãs.
Com relação ao cenário, em Harry Potter e a Pedra Filosofal Gringotes foi filmado na embaixada australiana de Londres. Como em Relíquias da Morte Parte 2 o banco dos bruxos teria que ser todo destruído por causa da passagem de um dragão gigante, a equipe de arte decidiu reconstruir o cenário no estúdio em vez de retornar à locação original. Essa foi uma das cenas que provavelmente deu mais trabalho aos realizadores. Além dos detalhes do banco Gringotes (como os lustres, que possuíam 25 mil cristais cada um e tiveram que ser reproduzidos no set), havia a questão dos duendes. Sessenta atores anãos foram contratados para dar vida às criaturas mágicas; alguns já tinham experiência com cinema e outros nunca haviam atuado na vida. Para aprontar todos os pequeninos atores em apenas quatro horas, foi montada uma “linha de produção” de maquiagem, com cerca de 175 profissionais envolvidos. Além disso, a elaboração das máscaras protéticas foi um desafio. Para tal, foi utilizado um silicone que se assemelha à pele humana: ele se mexe e dá a sensação de carne, além de adquirir a temperatura do corpo depois que é colado à pele. Já as cabeleiras dos duendes foram criadas com os fios sendo inseridos um de cada vez nas máscaras, e as sobrancelhas foram pré-enroladas.
Outro ponto alto nesse momento é a fidelidade da cena: o dragão cego reproduzido por meio de computação gráfica é igual ao descrito nos livros e a busca de Harry e seus amigos pela horcrux no cofre é eletrizante, com uma sensacional trilha sonora ao fundo (a música chama-se Underworld). Pena que os artefatos de ouro de Belatriz não causassem queimaduras nos personagens como descrito no livro, por meio do feitiço Abrasador; isso tornaria a sequência muito mais empolgante.
Logo depois de roubar a horcrux, Harry tem uma visão de Voldemort assassinando todos os duendes, inclusive Grampo, que foram culpados pela invasão no banco dos bruxos, algo que não existe na obra de J.K. Rowling. Esses flashes que Harry visualiza são importantes para mostrar a ira do Lorde das Trevas pela descoberta do seu segredo, além de sugerir ao espectador que Nagini, a cobra, seria uma das últimas horcruxes restantes. Com base nisso e nas visões sobre Helena Ravenclaw, a Dama Cinzenta, Harry percebe que terá que voltar a Hogwarts para cumprir a missão deixada por Dumbledore.
Ao ser pego em Hogsmeade pelo Feitiço Miadura, o trio principal tenta se esconder dos sequestradores e é salvo por Aberforth, o irmão de Alvo Dumbledore. O ator escolhido para dar vida ao irmão do diretor de Hogwarts, Ciarán Hinds, interpretou o papel perfeitamente, além de ficar irreconhecível com a barba, a maquiagem protética e os trajes de seu personagem. Contudo, é uma pena que a história triste e complexa de Alvo Dumbledore, que envolve sua irmã Ariana e o bruxo das trevas Gerardo Grindelwald, não tenha sido explicada na adaptação. O melhor momento para que essas questões fossem tiradas a limpo seria no encontro com Aberforth, mas o passado do diretor é simplesmente pincelado e nada é elucidado, deixando-se um buraco no roteiro, principalmente para aqueles que não leram o livro de J.K. Rowling.
Depois de ter encontrado Neville Longbottom na passagem secreta e chegar à Sala Precisa de Hogwarts, Harry inicia uma busca pelo Diadema de Ravenclaw, a tiara de Rowena Ravenclaw que foi transformada em horcrux por Voldemort. Na obra literária, essa sequência acontece de maneira bem diferente: Luna Lovegood acompanha o personagem principal até a Sala Comunal da Corvinal, onde, após responderem a um enigma necessário para entrar no aposento, ambos têm a oportunidade de analisar a estátua de Rowena Ravenclaw e até de travar uma pequena batalha com a comensal Aleto Carrow. É Harry quem deduz sozinho que deve interrogar a Dama Cinzenta para descobrir o paradeiro do diadema. Assim, após conversar com Helena Ravenclaw, filha de Rowena, Harry compreende que o objeto havia sido ocultado na Albânia há anos atrás e que o esconderijo foi relevado a Tom Riddle. É quando Potter tem um flash e lembra que, em seu sexto ano em Hogwarts, havia escondido seu livro de Poções perto de uma tiara na Sala Precisa, e ruma para lá em busca de respostas. Tudo isso acontece de maneira bem distinta na adaptação cinematográfica: é Luna Lovegood quem elucida Harry sobre a Dama Cinzenta, e é a própria Helena Ravenclaw quem conta ao bruxo onde o objeto se encontra, com um bonito diálogo: “Está aqui no castelo, no lugar onde tudo está escondido. Se você tiver que perguntar, nunca saberá. Mas se você souber, basta perguntar”. O engraçado é saber que Kate Winslet foi a primeira atriz a ser considerada para viver a Dama Cinzenta, mas seu agente recusou a proposta antes de informar a atriz, crendo que ela não gostaria de fazer parte do grupo de atores britânicos de Harry Potter. O que ele não sabia era que Kate queria o papel (ela até havia levado seus filhos para visitar os sets de Pedra Filosofal).
Além disso, um ponto alto em comparação com o livro é o momento em que os alunos de Hogwarts escutam a voz de Voldemort dentro de suas próprias cabeças. Esse elemento adicional ficou muito bem colocado no filme, deixando as cenas mais assustadoras e intimidantes. No entanto, uma mudança que trouxe uma perda muito grande à adaptação foi a ausência de Vicente Crabbe na ocasião em que a Sala Precisa é incendiada com o Fogo Maldito. O ator que dava vida ao personagem, Jamie Waylett, envolveu-se em um escândalo de consumo de drogas ao longo das adaptações e teve que ser afastado em Relíquias da Morte Parte 2. No seu lugar, o ator Louis Cordice, responsável por interpretar o aluno Blásio Zabini, envolveu-se no Fogo Maldito com Draco Malfoy. Já Gregório Goyle, interpretado pelo ator Joshua Herdman, morreu em meio às chamas, o que inicialmente era para ter acontecido com Vicente Crabbe. O cenário da Sala Precisa incluiu milhares de cadeiras aparafusadas juntas e amontoadas até seis metros e meio de altura. Essa cena é extremamente bem feita, com efeitos especiais alucinantes, e a trilha sonora dá todo o clima para a ocasião. Sem contar que o Diadema de Ravenclaw é um belíssimo objeto de cena, arquitetado com muito empenho e perfeição.
Em meio a todo esse enredo, a batalha começa a acontecer dentro dos muros de Hogwarts. Devido à disponibilidade de todos os atores e figurantes, as filmagens da destruição do castelo tiveram que ser as primeiras a acontecerem. Para tanto, a equipe de Stuart Craig teve que destruir o Salão Principal, o hall de entrada e o pátio, que depois foram todos reconstruídos novamente para as cenas do início de Relíquias da Morte Parte 2. Primeiro foram feitas as cenas de ruínas, caos e destruição, e depois vieram as cenas com o cenário “intacto”. Barry Wilkinson (chefe do departamento de objetos de cena) e sua equipe tiveram que construir cada pedaço dos destroços espalhados por Hogwarts e depois remover tudo, para que o set pudesse readquirir sua configuração original. Os materiais tinham que ser leves, pois os atores iriam correr e cair sobre eles. Então, cada pedaço de entulho foi fabricado individualmente e à mão, com um isopor macio.
Mas se havia um momento que os fãs estavam esperando até mais do que a própria batalha de Hogwarts era o beijo de Rony e Hermione, que aconteceu na Câmara Secreta, um cenário muito mais atrativo e instigante do que a Sala Precisa, que é onde o beijo acontece no livro. A equipe de direção e produção realmente acertou ao modificar o modo como os dois jovens têm o seu primeiro momento íntimo. Na obra original, Rony e Hermione voltam com presas de basilisco à Sala Precisa e mostram esse material para o Harry, juntamente à Taça de Helga Hufflepuff destruída. Logo depois, ao ver o alvoroço causado pela batalha, Rony lembra-se que os elfos domésticos não foram avisados da luta e teriam que ser removidos do castelo. Como Hermione é ativista na luta a favor da libertação dos elfos (isso nunca foi abordado nos filmes), ela fica comovida com a preocupação de Rony e o beija afavelmente na frente do próprio Harry, que fica constrangido. É interessante notar que na adaptação cinematográfica o casal teve seu espaço, logo após um momento de provação causado pelo ataque da horcrux, e que Emma Watson e Rupert Grint se empenharam na filmagem do beijo, o melhor e mais impactante de todos os casais da saga.
Depois de uma visão em que Harry descobre que Nagini é a última horcrux, o trio resolve ir à casa de barcos para se encontrar com Voldemort e, consequentemente, Severo Snape. Outra decisão extremamente acertada de David Yates e sua equipe foi modificar o local da morte de Snape, que originalmente seria na Casa dos Gritos. O diretor de arte Stuart Craig projetou um cenário novo: uma casa de barcos de vidro, onde é possível ver a água ao redor e também a escola, e ver as luzes e fogos da batalha de Hogwarts infiltrados através do vidro. É um lugar tão romântico para morrer que o ator Alan Rickman chegou a agradecer Stuart Craig pela concepção do cenário, que o inspirou durante a sua atuação.
Após entrar no Salão Principal e ver seus amigos feridos e outros mortos, Harry não aguenta o descontentamento e vai até a sala de Dumbledore para tentar se afogar nas memórias de Snape e esquecer-se da realidade dura e fria que o cerca. As memórias de Severo Snape foram muito bem conectadas pelo roteirista Steve Kloves, além de muito emocionantes, graças à atuação impecável de Alan Rickman. Desde o início o ator sabia do destino de seu personagem, porque J.K. Rowling contou todos os segredos de Snape para ele logo nas primeiras adaptações cinematográficas. Isso contribuiu muito com a atuação fidedigna e brilhante de Alan ao longo dos filmes. Outro aspecto que causou comoção aos fãs durante as memórias de Severo foi a utilização de trechos de filmes anteriores, como A Pedra Filosofal, quando Harry é selecionado pelo Chapéu Seletor, impregnando a cena de nostalgia. Ademais, as escolhas de elenco foram muito bem pensadas, com Benedict Clarke interpretando o Snape jovem e Ellie Darcey-Alden como Lilian.
Ao descobrir que precisa morrer para expurgar o pedaço de alma de Voldemort que vive dentro dele, Harry caminha em direção à Floresta Proibida para enfrentar seu rival. No meio do caminho, ele encontra Hermione e Rony e conta a seus amigos que pretende se entregar para a morte. E essa é, infelizmente, uma das cenas mais desconexas da saga. Afinal, os amigos de Harry não esboçam um sentimento de pesar profundo pelo fato do bruxo estar se despedindo da vida. Hermione até se emociona bastante e diz que não vai deixar o amigo ir embora; Rony, no entanto, fica olhando os dois com cara de desentendido e não se dá conta de que seu melhor amigo está caminhando em direção ao seu autoextermínio. Aliás, a impressão que o espectador tem é que nenhum personagem se importa, de verdade, com a morte de Potter. Nem mesmo Hagrid, que aguenta firme o choro enquanto segura o menino em seus braços durante a procissão. Ou então Neville Longbottom, que começa o seu discurso a Voldemort dizendo que não faz diferença que Harry tenha morrido, porque muitas pessoas perdem a vida todos os dias em batalhas. Essas são, com certeza, falhas muito grandes na adaptação.
No entanto, isso tudo é redimido com a linda cena de Harry encontrando seus entes queridos após acionar a Pedra da Ressureição e, principalmente, com o maravilhoso diálogo entre Potter e Dumbledore na estação de Kings Cross toda iluminada. Frases extremamente inspiradoras são proferidas pelo diretor de Hogwarts ao longo da conversa: “As palavras são, em minha humilde opinião, nossa maior fonte de magia, capazes de machucar e de curar”; ou então: “É claro que isso tudo está acontecendo dentro de sua cabeça, Harry. Mas por que isso significaria que não é real?”. J.K. Rowling sempre afirmou que um dos personagens que mais lhe fez falta foi Alvo Dumbledore, e poder revê-lo em Relíquias da Morte Parte 2 é um alento muito grande para todos os fãs.
Depois de voltar à vida, Harry trava uma batalha praticamente física com o Lorde das Trevas, com menos magia e feitiços e mais socos, pontapés e tapas. A batalha entre os dois bruxos foi expandida no longa, e os dois foram filmados correndo pela escola e até engalfinhando-se e caindo de um precipício. Para essa cena, os atores Daniel Radcliffe e Ralph Fiennes foram pendurados de ponta-cabeça em cabos em frente a um fundo chroma key, e ambos estavam tão envolvidos e inspirados na manhã de filmagem que apenas dois ou três takes foram necessários. Apesar de polêmica e descontextualizada, a cena apresenta um momento interessante em que Harry e Voldemort têm seus rostos fundidos em um só, como parte de uma mesma pessoa, metáfora necessária para exemplificar que a horcrux os uniu por vários anos, a ponto de parecerem ser apenas um indivíduo.
Apesar disso, a batalha final na obra literária é muito mais eletrizante. Ela acontece no Salão Principal de Hogwarts, em meio a todos os alunos e professores, que assistem extasiados ao embate entre o bem e o mal. Nesse meio tempo, Potter tem a oportunidade de explicar ao vilão um pouco mais sobre a lealdade da Varinha das Varinhas. Ao ganhar a luta, ele e todos os integrantes da escola comemoram a vitória, fazendo uma festança regada a alegria e contentamento, visto que o pior bruxo das trevas de todos os tempos foi finalmente derrotado. É uma pena que esse sentimento de felicidade extrema não tenha sido repassado para o longa. E pior ainda é vermos vilões tão significativos como Voldemort e Belatriz Lestrange, ícones da saga, serem transformados em cinzas ao morrerem, como se fossem purpurinas pretas ao vento. Seria emocionante se não fosse cômico. Infelizmente.
O final da saga é marcado pelo epílogo, que é um dos pontos altos do filme, simplesmente maravilhoso e emocionante. No início, foi levantado um dilema: o efeito dos personagens 19 anos mais velhos deveria ser obtido por filmagem tradicional ou por efeitos de computação? Ao fim, decidiu-se pela maquiagem. Foi realizado um teste com Daniel Radcliffe maquiado como “Harry de 36 anos” ao lado de um dublê que realmente tinha 36 anos de idade, para questões de comparação e verossimilhança. Depois, foi a vez de voltar a Kings Cross para as gravações. Após alguns dias de filmagem na estação londrina, apinhada de fãs histéricos e flashes de paparazzis, os realizadores perceberam que seria melhor refazer essa cena dentro do próprio Leavesden Film Studios, e os atores foram chamados para gravar novamente o último trecho do filme, desta vez a portas fechadas.
O epílogo é um momento muito bonito da história, tanto no livro quanto na adaptação cinematográfica, mostrando um ciclo que se fecha com os filhos de nossos personagens queridos embarcando no Expresso de Hogwarts. A escolha dos atores mirins foi muito acertada, principalmente com Arthur Bowen como Alvo Severo Potter, criança que se assemelha muito ao jovem Daniel Radcliffe de 11 anos de idade. Até Jade Olivia, namorada de Tom Felton, fez uma ponta no filme como a mulher de Draco Malfoy. O mais tocante na cena é o diálogo entre Alvo Severo e seu pai: “E se o Chapéu Seletor me colocar na Sonserina?”, ao que Harry responde: “Então a Sonserina terá ganhado um grande bruxo”. Essas falas, extremamente fiéis ao livro, com certeza tocaram o coração dos fãs na sala de cinema.
Ao final do último longa da saga Harry Potter, muitos fãs ficaram de luto: nunca mais teriam estreias para aguardar, filmes para esperar, tudo pareceu perder o sentido. David Yates conseguiu fechar a série com chave de ouro, mas os espectadores mais entusiastas saíram da sala de projeção com uma sensação enorme de vazio no peito, por não poderem mais acompanhar o seu herói na telona. Harry Potter sem dúvida marcou a história do cinema mundial e ainda hoje mobiliza milhões de fanáticos ao redor do mundo. Trata-se de um universo bruxo que nunca mais será esquecido. Pelo menos não no coração dos fãs.
Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 foi lançado nos cinemas em julho de 2011. Foi indicado ao Oscar por “Direção de Arte”, “Melhores Efeitos Visuais” e “Melhor Maquiagem” e recebeu quatro indicações ao BAFTA, tendo recebido a estatueta na categoria “Melhores Efeitos Visuais”.