Por Mario Neto
(VEJA A LISTA DE CRÍTICAS DOS FILMES DA MOSTRA AQUI)
O Festival SESC Melhores Filmes, que acontece desde 1974, sendo o primeiro festival de cinema da cidade de São Paulo, oferece ao público a oportunidade de ver e rever as mais relevantes obras que marcaram as salas de cinema por toda cidade no ano anterior, escolhidas através de votação do público e da crítica. Como de costume, no abertura do Festival há uma cerimônia de entrega dos prêmios. Neste ano, em sua 39ª edição, o evento aconteceu dia 05/04 e teve como grande homenageado da noite, o cineasta brasileiro Carlos Reichenbach (morto em junho do ano passado), que além de premiado e conceituado diretor, era parceiro do CineSesc.
A abertura do evento foi concebida por Nelson Ayres, compositor da trilha sonora de dois filmes de Reichenbach, ao piano, Nelson executou de maneira emocionante o hino nacional, comovendo logo de início todos os presentes. Entre eles fotógrafos, diretores, roteiristas, atores e envolvidos com a sétima arte em geral aguardavam ansiosamente pela entrega dos prêmios da categoria Nacional – Melhor Filme Ficção, Melhor Filme Documentário, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Roteiro e Melhor Fotografia, tendo a escolha dos críticos e do público, além da categoria Estrangeira que premiava – Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Atriz, os quais foram apresentados primeiro.
Na sequência foi iniciada a entrega dos prêmios da categoria Nacional na escolha do público, o primeiro a receber o troféu, confeccionado em aço inox e uma pedra semipreciosa com a assinatura do artista plástico Emanoel Araújo, foi Ivo Lopes Araújo que venceu em Melhor Fotografia por seu brilhante trabalho no belíssimo Girimunho, em seguida foi a vez de Mauro Pinheiro Jr. receber o mesmo prêmio, agora pela escolha da crítica, por sua fotografia meticulosa e intimista em Sudoeste.
No intervalo entre a entrega dos prêmios, eram exibidos na tela depoimentos incisivos e divertidos do saudoso Carlão (como costumavam chamar Reichenbach), arrancando sempre sorrisos e aplausos de cada um que estava presente na sala de cinema, algo que conferiu um ar alegre e descontraído para cerimônia. Um a um, os premiados que subiam para receber o troféu e discursarem, inevitavelmente, citavam o cineasta como mestre e amigo querido que foi, influenciando e participando direta ou indiretamente do universo cinematográfico brasileiro, denotando sua imensurável importância para o nosso cinema.
Depois da entrega do prêmio de Melhor Documentário, do qual se sagraram vencedores os diretores Marcelo Machado por Tropicália e Nelson Pereira dos Santos por A Música Segundo Tom Jobim, nas escolhas de público e crítica, respectivamente. Melhor Roteiro, segundo o público, foi para Afonso Poyart pelo revolucionário 2 Coelhos, e Melhor Atriz para unânime Camila Pitanga em Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios, por público e crítica, prêmio recebido pelos diretores do longa Beto Brant e Renato Ciasca, que em seus discursos salientaram o descaso com o qual a nossa Cinemateca está sendo tratada, algo que já havia sido colocado em pauta por outros vencedores e que viria a se tornar uma constante ao longo da premiação. Veio então o momento do prêmio de Melhor Ator na escolha do público, e com ele o discurso honesto e importante do vencedor, um dos melhores