Por Aline Fernanda

A última noite do 4° Festival CineramaBC foi de comemoração, iniciando a noite tiveram projeções de curtas da Mostra Catarina, que contou com uma projeção performática. Após a apresentação dos curta-metragens foi a vez da premiação, liderada com grande charme dos idealizadores do festival, Barbara Sturm e André Gevaerd.

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Após a cerimônia de premiação foi apresentado um curta-metragem, produzido na Oficina para a realização de um curta-metragem, ministrado por Felipe Vernizzi (Noite Clara). Como encerramento das atividades do CineramaBC 2014 foi apresentada a primeira coprodução oficial entre o Brasil e a Bélgica, de Damien Chemin, o filme A Pelada. Em Aracaju, Sergipe, um casal em crise busca um meio de esquentar a relação. Enquanto o malandro Caio (Bruno Pêgo) paquera outras mulheres, se dá conta de que não dá a devida atenção para a esposa, Sandra (Kika Farias). Ela, por sua vez, propõe outras alternativas para o namoro dentro do casamento: incluindo objetos sexuais e uma relação a três.

A Pelada, por se tratar de uma comédia para televisão tem um roteiro sem grandes surpresas, bem simples. A história é bobinha e mostra uma Aracaju feia e sem graça (apesar do diretor e elenco afirmarem que o filme buscava não só retratar, mas valorizar a região), que poderia ser equiparado facilmente a algum dos muitos filmes globochanchada. Clichês e estereótipos explodem na tela. Uma das maiores gafes do diretor belga (que morou por sete ano em Aracaju) foi citar o consagrado Cidade de Deus quando se vangloriou por não ter feito um filme que retrata favela, pobreza e violência, temas recorrentes nos chamados favela movies. De significante, fica a iniciativa e o esforço empreendido em estabelecer um acordo de coprodução Brasil/Bélgica e, assim, estimular as produções nacionais e sua visibilidade no exterior. Fica a esperança de que os próximos filmes consigam ir muito mais além de A Pelada.

Foto por Aline Fernanda

Foto por Aline Fernanda

Confira os vencedores do Coruja de Ouro 2014:

Longa Metragem

Melhor Filme – O Dia do Mineiro (Le Jour Du Mineur), de Gael Mocaer

Melhor Filme Segundo o Júri Popular 2014 – Mamarosh, de Momcilo Mradovick

Melhor Atriz – Mira Banjac do filme Mamarosh, de Momcilo Mradovick.

Melhor Ator – Oz Zehavi do filme Cruzeiro ao Paraíso (Paradise Cruise)

Melhor Direção – Bas Devos pelo filme Violet

 

Menção Honrosa pelo Juri Longa Metragem

Pelo Roteiro – Cruzeiro ao Paraíso (Paradise Cruise), de Matan Guggenhein

Pela Montagem – A estranha cor das lágrimas do seu corpo (L’etrange Colour des larmes de ton corps), de Bruno Forzani e Helene Cattet

 

Curta Metragem

Melhor Curta-Metragem – As Gaivotas (Mouettes) de Zeno Greton

Menção Honrosa para Curta-Metragem – Norman de Robbe Vernaeke

Prêmio da Crítica 2014

Hans Op de Beeck – recebeu o prêmio pelo conjunto da obra e por ter sido uma descoberta para todos. Hans  é um artista visual belga e tem um trabalho que mistura fotografia, pintura, escultura e projeções.