Por Marilia Bacci

Após um longo período sabático, cá estou eu de volta aos textos e ao mundo indiano. Para fazer esse “comeback” de modo triunfal vou contar um pouco a história de uma das (muitas) musas de Bollywood: Madhuri Dixit-Nene.A diva é tão boa que já começa sendo boa pelo nome, o significado de Madhuri em português é suavidade, maturidade. Aí ela já é boa de novo pela beleza, ô bicha bonita, quando eu chegar na idade dela (47) quero ser linda sem esforços assim também. Daí ela é boa de novo quando começa a atuar/dançar/cantar (ou dublar… rs), e é sobre essas qualidades que vou falar mais ao decorrer do texto.

Madhuri começou no mundo das artes bem cedo tomando aulas de Kathak, uma dança clássica norte-indiana. Sua carreira iniciou no ano de 1984 com o filme Abodh, e se consolidou com o filme Tezaab (1988), no qual contracenou com Anil Kapoor, já bastante conhecido pelo público. O filme se tornou um sucesso e os dois receberam indicações de melhor ator e atriz para o Filmfare daquele ano.

Depois desse sucesso vieram outros: Ram Lakhan, Prem Pratigyaa, Tridev e Parinda, em 1989; Dil, em 1990, com Aamir Khan, filme que lhe rendeu seu primeiro Filmfare de melhor atriz. Em 1994, fez seu primeiro filme com Shah Rukh Khan, Anjaam. Assim, toda a Índia ficou conhecendo quem era Madhuri Dixit.

Na minha opinião, Madhuri atingiu o auge de sua carreira em 2002, quando contracenou ao lado de Shah Rukh Khan e Aishwarya Rai em Devdas, mais uma adaptação de um grande romance indiano de mesmo nome. O romance gira em torno de Devdas, Paro e Chandramukhi (Madhuri). Devdas e Paro cresceram juntos e sabiam que se tornariam marido e mulher, mas a família de Devdas pensava diferente, já que Paro não tinha nascido em berço de ouro, como eles tinham, e mandam Devdas para estudar em Londres. Quando ele volta, Paro se sente muito humilhada pelo que as famílias dos dois tinham passado nesses anos todos, e se casa com um homem muito mais velho que ela. Devdas se perde entre o álcool e uma linda cortesã, Chandramukhi, que logo se apaixona por ele, mas apenas escuta as declarações de amor de Devdas por Paro.

Cinemascope - Madhuri yeh Jawaani

A superprodução ganhou fama internacional e recebeu muitos prêmios, mas curiosamente Madhuri resolveu dar uma pausa na carreira bem no meio disso tudo. Casou-se, mudou para os EUA e teve dois filhos. Em 2006, voltaram para a Índia, pois Madhuri começou a gravar o filme que marcaria sua volta às telas indianas. No ano seguinte lançou Aaja Nachle, que conta a história de uma dançarina de uma vila que fez carreira no exterior, mas que voltou para salvar o antigo teatro em que ensaiava.

Depois de sua volta ainda julgou duas temporadas de uma competição de dança da TV indiana, Jhalak Dikhla Jaa, mas não fez mais nenhum filme, retornando em 2013 em uma participação no filme Yeh Jawaani Hai Deewani, e em 2014 com um papel secundário em Dedh Ishqiya, e com o papel principal em Gulaab Gang, que conta a história da ativista Sampat Pal e sua gulabi gang, gangue cor-de-rosa, por serem mulheres lutando pelos direitos femininos e que se vestem com um sari rosa.

Madhuri também contribui, e visita (ela não é dessas que só manda o dinheiro não), com vários orfanatos e instituições não-governamentais. Com tantos projetos em andamento posso apostar que logo logo veremos mais filmes ótimos estrelando essa diva que não se deixou abalar pelo passar do tempo de Bollywood.