Por Luciana Ramos

Depois de descobrir que a sua esposa o estava traindo, Mikey (Michael B. Jordan) é consolado por seus amigos Jason (Zac Efron) e Daniel (Miles Teller) que, após vários comentários indecorosos sobre o sexo oposto, decidem lembrá-lo das maravilhas da solteirice através de um pacto: os três devem aproveitar a vida de farras e encontros casuais sem envolver-se com ninguém. É então que partem para curtir a noite nova-iorquina em busca de novas aventuras e deparam-se com mulheres que põem as suas convicções à prova.

Mikey é o primeiro a sucumbir: tem uma recaída pela ex-mulher Vera (Jessica Lucas), com quem inicia um caso. O cool Jason conhece uma garota em um bar, que finge ser uma prostituta. Após uma noitada juntos, descobre que ela se chama Ellie (Imogen Poots) e é a sua mais nova cliente, a autora de um livro que tem que diagramar. Obviamente, interessa-se por ela. Já Daniel cai nas graças da sua velha amiga Chelsea (Mackenzie Davis), a única mulher do grupo de amigos, que ajudava os rapazes a conquistarem garotas nas baladas.

O ponto principal do filme, a que o título original se refere, é o famoso momento em que um casal define-se como algo mais sério, quando uma das partes pergunta o famoso: “E então, para onde essa relação está indo?”. Propõe-se, portanto, a abordar os dilemas dos relacionamento modernos e como a volatilidade dos mesmos torna difícil enxergar quando algo especial surge.

O longa atinge este objetivo: os rapazes veem-se confusos e com medo de exporem-se ao romance. Porém, ainda que as três histórias funcionem bem em paralelo, a trama não consegue ser cativante o suficiente para prender a atenção. As gags são abobalhadas, sem contribuírem em nada para despertar a simpatia dos personagens. Na verdade, os diálogos raramente acrescentam, o que acaba por deixar os momentos dramáticos desconexos e um pouco forçados. Além disso, há o problema da previsibilidade, comum em outros filmes do gênero. As reviravoltas ocorrem como esperadas e a falta do elemento surpresa priva o público de experimentar as borboletas no estômago na ânsia do final feliz.

Ainda que o enredo seja equilibrado, cabe dizer que este é claramente um veículo para Zac Efron sair da sombra do sucesso teen High School Musical. É ao seu redor que tudo acontece e ele é, de longe, o personagem mais descolado e completo. Devo dizer até demais, pois sua convicção e autoconfiança em situações embaraçosas e a facilidade com que tudo cai aos seus pés tornam o seu Jason um pouco insosso. Mesmo assim, ele ultrapassa as limitações do roteiro e consegue imprimir credibilidade e carisma, sem medo de usar os seus atributos físicos para tal (incluindo aparecer nu, deitado em um vaso sanitário).

O resto do elenco também está ótimo. Michael B. Jordan, que interpreta o mais romântico de todos, mostra a fragilidade na medida certa, sem cair em estereótipos. Miles Teller funciona como alívio cômico mas consegue dar densidade ao seu personagem e Imogen Poots, o par de Efron, é cativante. Aliás, a química dos dois é evidente e a interação concede leveza à trama.

A maleabilidade dos relacionamentos nos dias atuais torna a sua definição mais difícil. Enquanto uma pessoa pode dar importância a algo banal, outra pode deixar escapar aquilo que lhe é precioso.  Jason, Mikey e Daniel aprendem a superar as suas limitações e correrem riscos para obterem a felicidade desejada. Esse não é sempre um caminho fácil ou romântico. Existem passagens que exploram bem essas questões e algumas cenas “bonitinhas”, mas a sensação que permanece é que diálogos melhores, conflitos mais intensos e um pouco de  sal seriam necessários para torná-lo um bom filme para sessão da tarde.

 

Cinemascope-Namoro-ou-liberdade (8)Namoro ou Liberdade (That Awkward Moment)

Ano: 2014

Diretor: Tom Gormican

Roteiro: Tom Gormican

Elenco Principal: Zac Efron, Miles Teller, Michael B. Jordan, Imogen Poots

Gênero: Comédia, Romance.

Nacionalidade: EUA

 

 

 

 

Confira o trailer:

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