Ana Carolina Diederichsen

Estamos num futuro não muito longínquo e a sociedade está dividida entre mutantes e não-mutantes. Essa divisão vai além das expectativas iniciais e agora se converteu em uma violenta guerra. O mundo vive um verdadeiro apartheid, marginalizando não só os mutantes, mas também aqueles com potencial para ter filhos ou se envolver com o universo mutante.

Nesse cenário catastrófico existe ainda um agravante: os Sentinelas. Armas poderosíssimas sob a forma de robôs gigantes que atuam contra os mutantes, detectando-os, roubando seus poderes e aniquilando-os.  São poucos os que sobreviveram a essas armas criadas por Dr. Bolivar Trask (o ótimo Peter Dinklage), e apesar de muitos esforços, a resistência mutante está se esvaindo.

Como não poderia deixar de ser, Professor Xavier (Patrick Stewart), lidera o grupo que agora conta, entre outros, com a presença de Kitty Pride (Ellen Page), com habilidade de controlar o tempo, e Bishop (Omar Sy, de Intocáveis). A periculosidade da situação só fica realmente evidente  quando descobrimos que Magneto (Ian McKellen) e o que restou dos X-Men, agora lutam lado a lado.

A sequência inicial já é suficiente para tirar o folego de qualquer espectador. Mas não para por aí. Cenas impactantes não faltam no longa de Brian Singer, que volta à direção da franquia iniciada por ele em 2000. Destaque para uma cena em super slowmotion, que faz o 3D valer a pena.

O roteiro habilidoso e inteligente  é um caso à parte! Simon Kinberg (X-Men: o Confronto Final, já confirmado para X-Men: Apocalypse) consegue resolver tantos problemas deixados pelos filmes anteriores, que além de amarrar as arestas soltas, ainda abre uma infinita gama de possibilidades para a franquia. Isso tudo sem perder a coerência, dentro do universo de ficção explorado, por um minuto sequer. Além disso, segue a tendência de abordagem menos rasa para os personagens.

Através de uma viagem no tempo, o filme nos leva aos divertidos anos 1970, onde  encontramos mais uma vez os jovens Charles Xavier (James McAvoy) e Erick (Michael Fassbender). Cabe a Wolverine (Hugh Jackman) estabelecer a ligação entre passado e futuro e transmitir a mensagem de Professor X e Magneto às suas versões jovens. Grande parte do encanto do filme está nesse jogo temporal e as brincadeiras com fatos históricos que derivam disso.

Bastante diluído entre Logan, Magneto e Mística (Jennifer Lawrence), Professor X ganha certo destaque, bem como as atuações de seus intérpretes. Mesmo que não dominem o tempo em tela, dominam as cenas mais dramáticas, com abordagem pessoal e profunda. Na coletiva de imprensa, quando questionados sobre a possibilidade de um filme solo de Professor X, ambos disseram acreditar que não funcionaria muito bem, pois Xavier sempre aparece como um suporte para outro personagem. Dias de um Futuro Esquecido resolve um pouco esse impasse, e fala mais sobre Xavier do que qualquer outro já feito tornando-o, à medida do possível, um filme sobre o personagem.

Tecnicamente impecável, com preciosismos de direção de arte e fotografia, roteiro preciso, repleto de personagens encantadores e atuações competentes, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido já figura entre os melhores filmes do ano. Empolgante e profundo, o filme faz com que o espectador saia da sala de cinema querendo lutar por justiça. O final, ainda mais surpreendente, faz todas as horas investidas nos 7 filmes da saga valer muito a pena!

PS: a cena pós-créditos traz o prenúncio de grandes emoções!

 

Cinemascope-x-men-dias-de-um-futuro-esquecido (1)X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men – Days of Future Past)

Ano: 2014

Diretor: Bryan Singer

Roteiro: Simon Kinberg, Jane Goldman, Mattew Vaughn

Elenco Principal: Patrick Stewart,James McAvoy, Michael Fassbender, Hugh Jackman,  Peter Dinklage, Jennifer Lawrence, Ian McKellen

Gênero: Aventura / ficção

Nacionalidade: EUA, Reino Unido

 

 

 

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