Segurem essa: o Cinemascope agora tem um cine debate para chamar de seu!

Eu e o Alexandre Matias, do Trabalho Sujo, nos reunimos com a ideia de criar uma nova proposta de cine debate. Daí surgiu o Cine Doppelgänger. De julho até dezembro, todo terceiro sábado do mês, apresentaremos uma sessão dupla seguida de debate na Sala Cinematographos, que fica no Museu Casa Guilherme de Almeida (Rua Cardoso de Almeida, 1943 – Sumaré, São Paulo).

A essência dos encontros é estabelecer elos entre duas obras com a mesma alma, lançar novos olhares e vias de interpretação. Tudo isso numa conversa informal e bacana com o público, é claro. Quanto ao formato escolhido, ele contempla sempre uma escolha minha e uma do Alê. Estou bastante animada com o lançamento desta iniciativa e quero ver vocês por lá neste sábado (21), que é quando damos a largada com o tema Los Angeles, Cidade Permitida. Já temos um evento no Facebook (http://bit.ly/eventocinedoppelganger) com todas as informações e detalhes sobre o Cine Doppelgänger, deem uma sacada!

Disponibilizamos a programação completa até o final do ano pra dar tempo certinho de se programar com antecedência 😉

(não tem desculpa, viu?!)

 

Los Angeles, Cidade Permitida

21 de julho: O Grande Lebowski (1998) e Cidade dos Sonhos (2001)

Os irmãos Coen e David Lynch comentam sobre o mundo de ilusões criado a partir de Hollywood em dois novos clássicos da virada do milênio. Enquanto Cidade dos sonhos mergulha na dicotomia entre a dura realidade e a sétima arte, borrando os limites entre estes dois universos, O grande Lebowski escancara a fábrica de mentiras do mundo do entretenimento da costa oeste norte-americana.

 

A Paranoia por Dentro

18 de agosto: De Olhos Bem Fechados (1999) e Rede de Intrigas (1976)

O último filme de Stanley Kubrick e a obra-prima de Sidney Lumet vão às entranhas das sociedades secretas e dos sistemas de poder para mostrar sua abrangência e escopo, contrapondo-se à pequenez da individualidade humana.

 

O Diabo Mora ao Lado

15 de setembro: O Bebê de Rosemary (1968) e Corra! (2017)

Dois filmes de terror que lidam com o aspecto corriqueiro da maldade, as obras de Polanski e Peele refletem a época de suas produções, levantando questionamentos sobre feminismo e racismo, além de aprofundarem-se no estudo da vileza humana.

 

Realidade de Mentira

20 de outubro: Zelig (1983) e Verdades e Mentiras (1973)

Em dois documentários falsos, Woody Allen e Orson Welles escancaram a fábrica de ficções que é a sétima arte em duas obras seminais, que já lidavam com os conceitos de pós-verdade e fake news muito antes do século 21.


Autoria em Xeque

17 de novembro: 8 ½ (1963) e Adaptação (2002)

Dois cineastas confrontados por suas obras começam a colocar em questão suas próprias existências como autores. O mitológico 8 e 1/2 de Fellini e o complexo Adaptação de Spike Jonze contrapõem duas crises criativas inversas – a primeira, as motivações por trás do início da criação artística; a segunda, o dilema autoral de trazer uma obra alheia para seu próprio reino criativo.

 

Brasil aos Pedaços

15 de dezembro: O Som ao Redor (2012) e Trabalhar Cansa (2011)

Dois filmes nacionais contemporâneos jogam luzes sinistras sobre este país dividido que nos acostumamos a se referir como um só. Enquanto o primeiro longa de ficção de Kleber Mendonça Filho, O Som ao Redor, espatifa a noção de normalidade ao revelar a rotina complexa e movida pela culpa de um bairro rico no Recife, o primeiro longa da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, Trabalhar Cansa, entra em um microcosmo profissional para se aprofundar nas entranhas de um Brasil farsesco – de modo apavorante.