Por Verônica Petrelli
Podem trazer vilões ou heróis, serem de suspense/terror ou comédia, mostrar bruxas bonitas ou velhas carcomidas. A verdade é que os filmes de magia e bruxaria contemplam os mais diversos gêneros e mexem muito com o imaginário dos espectadores e cinéfilos. Apesar da bruxaria ser um assunto antigo, o tema ganhou ainda mais destaque após o lançamento da saga Harry Potter nos cinemas, que apresenta bruxos jovens e de boa aparência e mistura feitiçaria, romance juvenil, amizade e mitologia grega/nórdica/egípcia. Para esse #5+1, alguns títulos importantes acabaram ficando de fora, como As Bruxas de Eastwick e Da Magia à Sedução (este último com as lindas Sandra Bullock e Nicole Kidman). Mas como nem sempre dá para incluir e agradar todo mundo, vamos aos selecionados!
Abracadabra (Hocus Pocus)
E como não lembrar desse filme tão marcante para a infância de muita gente? Lançado em 1993 e com um orçamento relativamente alto para a época – 28 milhões de dólares -, essa foi a grande aposta da Disney à época. Conta a história das irmãs Sanderson, trio de bruxas interpretado por Bette Midler, Kathy Najimy e Sarah Jessica Parker. Após serem sentenciadas à morte pelos aldeões da cidade de Salém, as três feiticeiras lançam uma maldição sobre o povoado: assim que um jovem virgem acendesse a vela da chama negra localizada na casa das irmãs, elas retornariam do além. Isso obviamente acontece, trezentos anos depois, quando o adolescente Max Dennison (interpretado por Omri Katz) resolve desafiar a maldição e conferir se a história não passava de um mito. Com atuações formidáveis, músicas marcantes e excelentes momentos de risada, Abracadabra não poderia ficar fora da lista.
Jovens Bruxas (The Craft)
Filme norte-americano de 1996, Jovens Bruxas tem como personagem principal a adolescente Sarah Bailey (Robin Tunney), que muda para Los Angeles e conhece três colegas em seu novo colégio: Nancy, Bonnie e Rochelle (interpretadas por Fairuza Balk, Neve Campbell e Rachel True, respectivamente). Depois de se envolver mais com as amigas, Sarah descobre que o trio é praticante de bruxaria Wicca e passa a participar dos rituais e reuniões das jovens. Aos poucos, Sarah vai descobrindo que seus poderes são muito maiores se comparados aos de suas amigas, visto que é uma bruxa nata, e tenta reverter alguns feitiços poderosos que acabaram revertendo para o mal e causando mortes. Esse foi um dos primeiros longas a trazer a prática Wicca de maneira tão consistente e verossímil para as telonas. Muitos não sabem, mas a atriz Fairuza Balk é wiccana na vida real e contribuiu com muitas ideias para o filme.
Convenção das Bruxas (The Witches)
Esse também traz nostalgia e marcou a nossa infância… Adaptado do livro homônimo do autor Roald Dahl, o filme estreou em 1990 e traz Anjelica Huston no papel principal e até Rowan Atkinson (o famoso Mr. Bean), que faz uma participação especial. Na história, Luke (Jasen Fisher), um menino de dez anos, é levado à Inglaterra por sua avó após a morte de seus pais. Ao chegar no hotel, Luke descobre que uma estranha convenção ocorria ali: bruxas estavam se reunindo com o plano malévolo de transformar todas as crianças do mundo em ratos. Nem Luke acaba escapando das megeras e, após ser descoberto, vira um ratinho também. Apesar de ser uma obra voltada para as crianças, o filme em alguns momentos chega a ser assustador e tenebroso até para os mais corajosos, principalmente quando as bruxas começaram a retirar suas máscaras e revelar a horrorosa fisionomia por trás dos disfarces.
A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project)
Esse foi um dos primeiros filmes a utilizar um artifício que depois foi muito explorado por produções como Atividade Paranormal, Contatos de Quarto Grau e Apartamento 143: hand cameras, operadas na maioria das vezes pelos personagens principais, registram todos os acontecimentos bizarros, dando uma incrível sensação de realidade. São filmes que, apesar do orçamento bastante baixo, cumprem brilhantemente a função de assustar. A Bruxa de Blair, de 1999, segue esse princípio. Três jovens se aventuram nas florestas de Burkittsville, em Maryland (EUA), para filmar um documentário sobre a bruxa que habita a região, mas estranhos acontecimentos começam a marcar a viagem. A fim de trazer ainda mais verossimilhança para as telas, os três atores receberam aulas de como manusear uma câmera e foram levados para ficar oito dias na floresta, privados de sono e alimento e com apenas uma bússola. À noite, os produtores assustavam o trio com ruídos, gritos e objetos de feitiçaria. Apesar de não vermos a bruxa ao final, o que é um pouco frustrante, o filme fez muito sucesso à época e foi um marco para o cinema norte-americano, com US$ 140 milhões de faturamento.
A saga Harry Potter
Mesmo sendo um pouco clichê, a saga tinha que estar nessa lista, até por sua relevância para o cinema mundial e seus números exorbitantes. A história do menino de 11 anos que descobre ser um bruxo e passa a frequentar a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, que faz dois amigos muito especiais – Rony e Hermione – e que luta contra as forças das trevas e o temido Lorde Voldemort foi adaptada com base nos livros da inglesa J.K. Rowling. Filmada pela Warner Brothers entre setembro do ano 2000 e dezembro de 2010, a série de oito longas rendeu US$ 7,7 bilhões de bilheteria, ultrapassando os 23 filmes de James Bond e os seis filmes da franquia Star Wars. Os maiores destaques dessas produções são, sem dúvida, o trabalho de maquiagem, direção de arte e efeitos especiais, que revolucionaram a indústria cinematográfica.
Leia o nosso especial sobre a saga Harry Potter AQUI.
Filme além dos clichês…
Dezesseis Luas (Beautiful Creatures)
Adaptado do livro de Kamih Garcia, Dezesseis Luas é uma fofura! Foi lançado há um ano, em março de 2013, e traz a história de Lena Duchannes (Alice Englert), uma jovem com poderes sobrenaturais que é vista como uma aberração em Gatlin, um pequeno vilarejo na Carolina do Sul. Ela vive num dilema muito intenso, pois está prestes a completar 16 anos, data em que terá que decidir se seguirá pelo lado da luz ou das trevas. E é nesse momento que ela conhece Ethan Wate (Alden Ehrenreich), um belo jovem morador de Gatlin ávido por novidades e aventuras. Juntos eles devem lutar pelo seu amor e driblar uma terrível maldição. Mesmo sendo uma história romântica tida como um novo Crepúsculo, esse filme está além dos clichês por alguns motivos. Os bruxos são totalmente desmitificados e possuem o título de conjuradores: Lena explica que chama-la de bruxa é como chamar crianças espertas de nerds ou atletas de fortões. Além disso, os diálogos entre Ethan e Lena são lindos, criativos e originais, totalmente fora do lugar-comum dos filminhos de comédia romântica, e algumas falas são baseadas no poeta estadunidense Charles Bukowski. Para finalizar, a atuação de Emma Thompson é impecável, com o maniqueísmo entre a beata e a conjuradora das trevas.