Por Joyce Pais
Juliette Binoche, Marion Cotillard, Brigitte Bardot e Catherine Deneuve que me perdoem, mas as mulheres contempladas nessa lista pertencem a um grupo de jovens atrizes francesas que vem se destacando e apontando para uma carreira promissora. Usei como parâmetro atrizes com menos de trinta anos (sim, eu fiquei bad por não poder colocar as já citadas atrizes e também a Eva Green e a Mélanie Laurent na lista), caso tenham mais algum nome para indicar, só comentar no final do post. 😉
Adèle Haenel
Quando fez seu primeiro filme, Les Diables, tinha apenas 13 anos, mas o destaque veio com o longa Lírios D´Água (Naissance des Pieuvre), da diretora Céline Sciamma (Tomboy), no papel da adolescente provocante Floriane. A atriz foi indicada ao Cèsar Award em 2007, uma das principais premiações do cinema, equivalente ao Oscar, na França, por sua performance na categoria Atriz Mais Promissora. Em 2011, Adèle participou do filme L’Apollonide – Os Amores na Casa da Tolerância, de Bertrand Bonello, o longa competiu na categoria Un Certain Regard no Festival de Cannes de 2012. Seu último filme distribuído aqui no Brasil foi o Três Mundos (Trois Mondes).
Nora Arnezeder
Filha de pai austríaco e mãe egípcia, Nora morou um ano na Indonésia, de onde voltou para Paris, a fim de estudar dança e canto. Seu primeiro papel maior foi em 2008, no longa Paris 36 (Faubourg 36), dirigido por Christophe Barratier. No filme, a atriz cantou a música “Loin de Paname”, que foi indicada como Melhor Trilha Original no Oscar de 2010. Dois anos mais tarde, atuou em Protegendo o Inimigo, com Ryan Reynolds, e também no longa As Palavras. Nora estrelou também o filme de horror Maniac, ao lado de Elijah Wood.
Sara Forestier
Forestier, além de atuar, escreve e pinta. Começou a carreira no cinema em 2001, quando tinha 13 anos resolveu ir com alguns amigos numa audição, onde foi aprovada e encontrou um agente artístico que a colocou em pequenas produções, até ela conseguir o papel principal no filme do diretor Abdellatif Kechiche, L’Esquive. A atriz recebeu o César Award na categoria Atriz Mais Promissora, pelo filme Games of Love And Chance (2003). Ela ganhou também o César Award por Melhor Atriz em 2011 por sua performance em Le Nom des gens (2009).
Astrid Bergès-Frisbey
Nascida em Barcelona, Espanha, a atriz é fluente em espanhol, francês (sua mãe é franco-americana) e catalão. A atriz fez a sua estreia na televisão francesa em 2007. Um ano depois ela debutou no cinema com o filme The Sea Wall. Durante audições na França, Hollywood e Inglaterra, Astrid foi selecionada pessoalmente pelo diretor Rob Marshall e pelo produtor Jerry Bruckheimer para viver a sereia Syrena no filme Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas, o quarto filme da franquia.
Lizzie Brocheré
A atriz francesa radicada nos Estados Unidos começou a atuar aos dez anos de idade e é mais conhecida como a Grace da série de horror American Horror Story: Asylum. Em sua terra natal, se destacou com os filmes Uma Canção de Amor (Les Chant dês Mariées; 2008) e Chacun Sa Nuit (2006).
Atriz além dos clichês…
Adèle Exarchopoulos
Antes de se tornar mundialmente conhecida por protagonizar o drama vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano, Azul é a Cor Mais Quente (La Vie d’Adèle – Chapitres 1 & 2), a atriz era praticamente anônima. Com descendência grega, aos nove anos de idade, Adèle foi enviada pelos pais a fazer aulas de teatro para curar a sua timidez. Ela continuou nas aulas até 2005 e estreou no filme Martha. Um ano depois conseguiu, por meio do seu agente, uma aparição num episódio de televisão de uma série policial francesa chamada R.I.S Police Scientifique.
Adèle teve pequenos papéis em alguns filmes como Boxes (2007), Les Enfants de Timpelbatch (2008), The Round Up (2010), Turk’s Head (2010), Chez Gino (2011), Carré blanc (2011), Pieces of Me (2012) e I Used to Be Darker (2013), este último foi rodado antes de Azul é a Cor Mais Quente.
O longa, baseado na HQ de Julie Maroh, além de ter levado o prêmio máximo do Festival de Cannes para casa, ainda permitiu que Adèle e Léa Seydoux deixassem sua marca na história do cinema – elas, juntamente com o diretor Abdellatif Kechiche, dividiram o troféu e reconhecimento, se tornando as únicas mulheres a ganhar o prêmio, além da diretora Jane Campion, que ganhou a Palma de Ouro, em 1993, por O Piano.
Após o sucesso de público e crítica (e polêmicas) do filme, a atriz tem sido requisitada em inúmeros ensaios fotográficos, vídeos promocionais, curta-metragem….e por aí vai. Além de ter sido indicada como Melhor Atriz no New York Filme Critics Circle Awards. Infelizmente, o filme não pode ser o indicado na França ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, por conta das regras de inscrição dos filmes, que devem estrear em seu país de origem até uma data específica, que não foi respeitada, nesse caso. Nos bastidores rolam boatos de que há uma (remota) possibilidade de que ela seja indicada na categoria de Melhor Atriz, vamos torcer!
Adèle Exarchopoulos é, com certeza, um nome para prestarmos uma especial atenção de agora em diante!
Ps: Antes que possa gerar qualquer tipo de interpretação errada, preciso anunciar que eu AMO essas atrizes que citei no início do texto e que não estão na lista!
Leia a nossa crítica de Azul é a Cor Mais Quente e a cobertura da coletiva de imprensa.