Em seus filmes, Kathryn Bigelow gosta de misturar gêneros e retratar a violência de uma maneira envolvente. Partindo de suas influências plásticas (ela estudou expressionismo abstrato durante anos), Bigelow cria verdadeiras pinturas na tela, com longas linhas horizontais.
Seus títulos seguem storyboards rigorosos e a cineasta costuma usar uma paleta de iluminação fria, de maneira a evocar o tédio e, com isso, a ameaça frequente da violência.
Para ajudar você a conhecer um pouco mais os filmes de Kathryn Bigelow, criamos um guia com suas principais produções:
Quando Chega a Escuridão (1981)
Lançado no Festival de Filmes Internacional de Toronto (TIFF), Quando Chega a Escuridão é uma mistura de filme de vampiro com faroeste. Na trama, acompanhamos Caleb (Adrian Pasdar), filho de um fazendeiro no interior dos Estados Unidos que se junta a um grupo de vampiros após ser mordido por Mae (Jenny Wright).
Para criar esse universo vampiresco, Kathryn pegou influências dos livros de Bram Stoker e Anne Rice. Contudo, seus chupa-sangue são pouco ou nada inclinados aos debates existenciais comuns nessas obras. Diferente dos seres de Entrevista com Vampiro (1994), que discutem a natureza de sua aflição, os personagens de Bigelow parecem entediados diante da possibilidade de autorreflexão.
Jogo Perverso (1990)
O filme começa com Megan Turner (Jamie Lee Curties) terminando seu treinamento na Academia de Polícia da cidade de Nova York e começando a trabalhar como policial em Manhattan. Em seu primeiro dia de trabalho, um incidente mortal a coloca em contato com Eugene Hunt (Ron Silver), um psicopata que passa a persegui-la enquanto gera uma farra assassina na cidade, atirando em pessoas aleatórias.
Mesclando característica do thriller psicológico em uma trama policial, Jogo Perverso é um longa sobre pessoas, seus rostos, olhos e comportamentos. Também é um filme sobre a luz e a ausência dela, claramente influenciado pelo cinema noir, o que ajuda a compor o espaço e a atmosfera dos ambientes.
Caçadores de Emoção (1991)
Considerado o blockbuster da carreira de Kathryn Bigelow, no filme conhecemos Johnny Utah (Keanu Reeves), um agente do FBI que precisa prender uma gangue de assaltantes de bancos, conhecidos como os Ex-Presidentes. No processo, Utah desenvolve um tipo de bromance com Bodhi (Patrick Swayze), líder da gangue. Os dois são atraídos para uma relação violenta e, porque não dizer homoerótica, que levanta questões sobre normatividade sexual e a ordem social representada no personagem de Utah.
Apelidado pela própria diretora como um western molhado, Caçadores de Emoção espelha o dilema entre vida doméstica e aventura, muito comum em filmes do gênero. Com isso, a produção aumenta e diminui a velocidade das tradicionais cenas de ação, de modo a provocar no espectador uma reflexão sobre convenções de gênero e o típico foco masculino no indivíduo.
Guerra ao Terror (2008)
Lançado no Festival de Veneza, o filme tem como foco a presença das tropas americanas no Iraque e mostra a rotina do esquadrão de desarmamento de bombas. Premiado com o Oscar de Melhor filme em 2010, no longa Bigelow consegue criar uma narrativa emocionante e envolvente. Ao mesmo tempo, a diretora questiona a maneira como muitos filmes de guerra distanciam ou sanitizam a violência.
Na muito discutida cena de James (Jeremy Renner) sozinho, em pé, no corredor do supermercado após retornar da guerra, Kathryn enfatiza seu senso de desconexão. Isto é, o filme nos mostra que a guerra é um tipo de droga e que aquele homem está sofrendo os sintomas de abstinência, ao mesmo tempo em que se sente pronto para retornar ao seu vício.
A Hora mais Escura (2012)
Apresentado como uma crônica da caçada a Osama Bin Laden, líder da al-Qaeda e responsável pelos atentados do 11 de setembro, A Hora Mais Escura não é um filme fácil. Na trama, Maya (Jessica Chastain) é a responsável pela investigação que capturou e abateu o terrorista, concluída em maio de 2011.
A obra foi bastante criticada na época de seu lançamento por apresentar cenas explícitas de tortura e reforçar a ideia que a prática era utilizada pelo exército americano para obter informações. Mesmo assim, o filme foi bem aceito pela crítica e concorreu ao Oscar de Melhor Filme em 2013, tendo levado a estatueta de Melhor Edição de Som.
Detroit em Rebelião (2017)
Baseado na série de manifestações ocorridas na cidade americana em 1967, Detroit tem sua narrativa focada nos excessos policiais cometidos contra os hóspedes do hotel Algiers. Na ocasião três jovens foram mortos sem terem cometido nenhum crime. Vale reforçar que, na época, 60% da população de Detroit era composta por negros enquanto as forças da lei eram integradas 95% por brancos.
Abordando temas como racismo e a política de classes da sociedade americana, o longa possui um aspecto quase documental. Seguindo com a mistura de gêneros, aqui Kathryn Bigelow mescla aspectos dos dramas históricos com situações típicas dos filmes de tribunal.
A lista de filmes de Kathryn Bigelow inclui os longas The Loveless (1981), Estranhos Prazeres (1995), O Peso da Água e K-19 (2002).
Para saber mais sobre os filmes de Kathryn Bigelow, confira a nossa série de vídeos no Instagram.
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