Em 1927, Fritz Lang entrava para a História do Cinema com seu grandioso Metrópolis. A obra marcou época e estendeu influências tanto no que se refere aos futuros filmes de ficção-científica, como na produção de um imaginário futurista da cidade, no Cinema e na Literatura.
Lang exerceu forte influência em obras posteriores cujas temáticas compunham-se de sociedades dominadas por regimes totalitários. Tais regimes poderiam reduzir grandes massas humanas a uma nova forma de escravidão. Esta, regida por um rigoroso e sofisticado controle social amparado pela tecnologia.
Oriundo do Expressionismo Alemão, a obra debruçava-se sobre a crítica social. Estava alinhada a uma visão pessimista que, no período das Guerras Mundiais e entre-guerras, buscava expressar de maneira particularmente intensa os temores, angústias e insatisfações do homem urbano.
Estas características vêem-se acrescidas na linguagem fílmica de certas tendências técnicas e estéticas. Entre elas, a expressividade dos cenários, o tratamento (lúdico) da luz e a morbidez dos temas.
Metrópolis e as cidades do futuro
As cidades imaginárias sempre expressam, de alguma forma, as angústias, esperanças ou temores da sociedade que as produziu. Desde o uso desumano da tecnologia, até as angústias relacionadas à expectativas do desemprego. Este último fator poderia ser produzido através da substituição do trabalhador humano pela máquina.
Entre os principais temores da primeira metade do século também estava a desumanização cotidiana promovida pela rotina mecanizada. Some-se a isso o paradoxal isolamento do homem em um mundo superpovoado, socialmente dividido e envolvido pelo artificialismo e controle tecnológico.
Neste sentido, com base na ideia de como seria o mundo em cem anos, Metrópolis concretiza um modelo futurista. O filme também incorpora contradições que escancaram os temores de uma sociedade diante de uma intensa maquinização (fordismo) e urbanização.
Lang não critica a máquina em si, apesar da atuação brilhante e hipnotizante de Brigitte Helm como Maria nos levar à dúvida sobre o caráter vilanesco dos robôs. Mas, chama atenção sobretudo, à mecanização acelerada e inconsequente do homem e das cidades. Sendo os humanos escravos da revolução tecnológica em uma era de esteiras de produção, fome, desemprego e pessimismo sobre o futuro.
O filme Metrópolis e outras obras de ficção-científica são abordadas no curso Panorama do Cinema Distópico, ministrado pelo professora Thais Lourenço. Mais informações no banner abaixo.
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