Por Silas Mendes
Curta-metragem escrito e dirigido por Juliana Rojas, diretora ao lado de Marco Dutra no terror dramático Trabalhar Cansa, exibido na mostra Un Certain Regard de Cannes em 2011. Rojas retornou ao Festival, agora para a Semana da Crítica, para contar a história da professora Silvia, uma professora do ensino fundamental que vê o seu Duplo.
Doppelganger é um mito nórdico onde um ser copia a aparência de uma pessoa e então passa a rondar sua vida, sendo um presságio de má sorte. E é exatamente
A aparição de seu duplo acaba afetando profundamente sua personalidade, despertando em Silvia (Sabrina Greve) sentimentos destrutivos e violentos, elevando com o passar das cenas a tensão e o aguardo pelo que pode acontecer a seguir.
Mesmo com pouco tempo de cena, a personagem de Gilda Nomacce, outra professora da escola e amiga de Silvia, me chamou a atenção, por seu mistério e sorriso um tanto espontâneo, quanto pensado… até maldoso, eu diria. A “cena do carro”, foi a que me marcou por conta de ambas atrizes, Gilda e Sabrina.
Algo que permeia os curtas de Rojas, seja em parceria com Dutra ou não, além do cuidado com o que é visto pela câmera é também com que é ouvido por ela, fazendo com que o som ganhe vida, caminhando igualmente ao lado da fotografia e da direção de arte em prol do que se é contado.
Talvez por seu trabalho na edição de filmes de outros (como Corpo Presente de Marcelo Toledo e Paolo Gregori, Quando Eu Era Vivo de Marco Dutra e O Que Se Move de Caetano Gotardo, outro membro do coletivo Filmes do Caixote), os filmes de Rojas passam livre de exageros, das escolhas dos planos ao teor do terror e do drama, as firulas para chamar atenção ficam de fora.
Se Michael Haneke encontra no comum e no cotidiano a razão para o seu “horror”, é na quebra com o comum e o cotidiano que os filmes de Rojas encontram sua razão de ser.
Veja o trailer: