Por Diêgo
“Seremos humanos por olhar as estrelas, ou olharemos as estrelas por sermos humanos? Pergunta sem resposta. E as estrelas, olham para nós? Pergunta mais pertinente…” – Narrador
Como grande aficionado por obras de aventura e ficção científica que sou, é comum que me indiquem filmes de ambos os gêneros, como foi o caso de Stardust – O Mistério da Estrela (2007). Confesso que a priori fiz um julgamento antecipado e equivocado do longa pelo seu título um tanto quanto infantil, mas aí foquei na expressão “Stardust”, que em tradução literal significa “Poeira Estelar”. Ficou evidente que esse era o título original do filme, sendo o restante apenas um complemento, às vezes desnecessário e inapropriado que as distribuidoras brasileiras colocam, mas que foi muito bem empregado nessa situação.
No longa, um extenso muro de pedras rudimentares separa os limites de uma cidade interiorana de uma terra desconhecida e encantada. Protegido apenas por um velho guardião, os moradores respeitam essa regra por medo do desconhecido e pela boa convivência, até que o jovem Tristan (Charlie Cox), ao tentar conquistar a bela Victoria (Sienna Miller), consegue ultrapassar essa barreira e se aventurar em busca de uma estrela recém-caída (Claire Danes) que foi prometida à garota. O que ele não esperava era que outras pessoas – mal intencionadas – também estavam atrás da pobre e inocente estrela Yvaine.
Em primeiro lugar, cabe destacar aqui a grandiosidade do elenco que integra o longa. Contando com nomes como Robert de Niro (Taxi Driver, 1976), Michelle Pfeiffer (Batman – O Retorno, 1992), Claire Danes (Romeu + Julieta, 1996) e Peter O’Toole (Lawrence da Arábia, 1962), além da narração do espetacular Ian McKellen (O Senhor dos Anéis), fica claro que a probabilidade de o diretor Matthew Vaughn nos entregar algo aquém das expectativas é muito remota. Matthew, aliás, é um diretor bastante conhecido em Hollywood e no seu currículo constam trabalhos de grande sucesso, como Kick-Ass: Quebrando Tudo (2010) e X-Men: Primeira Classe (2011).
O filme já tem início com uma bela fotografia e com direito à voz impecável do McKellen. Isso, por si só, já é a porta de entrada perfeita para que fiquemos imersos na trama. É nesse momento que você tem a certeza de que vem algo muito bom por aí. Além disso, a sequência como os fatos vão sendo apresentados e a trilha sonora que está sempre presente nos momentos em que é necessária e some quando não cabe na cena, evidenciam o delicado trabalho de edição e mixagem de som do longa.
As atuações não deixam a desejar. Com a Claire Danes na pele da controversa estrela, que alterna momentos de calmaria e histeria, é impossível imaginar outra atriz em seu lugar. Vale mencionar que Claire é conhecida pela sua capacidade de interpretar personagens com sentimentos conflitantes, o que já lhe rendeu quatro Globos de Ouro pelas séries de TV americanas My So-Called Life (1995), Temple Grandin (2010) e Homeland (2012; 2013). Já o De Niro e a Pfeiffer também são uma atração à parte, o primeiro com a sua dupla personalidade e a segunda com um ar de maleficência cômica que lhe caiu muito bem.
As filmagens ocorreram em menos de três meses e o enredo é baseado no livro homônimo do autor inglês Neil Gaiman – o que justifica o complemento do título do filme –, que também já teve a obra Caroline adaptada para as telonas em 2009.
Apesar de bastante coerente, o enredo é simples, mas nem por isso desinteressante. É a típica história para ser vista em família e que não impõe nenhum tipo de restrição de público. Diverte a todos e no final deixa a já conhecida lição de moral, bem como o bom e velho final feliz (nesse caso além dos clichês). Certamente merece ser vista, apreciada e indicada aos amigos.
Confira o Trailer: