Por Heleni Flessas
As homenagens ao cinema clássico estão na moda. Em 2011, O Artista apareceu para mostrar a importância do cinema mudo e em preto e branco. Esse ano foi a vez de A Datilógrafa (Populaire, 2012), filme francês que lembra as leves comédias românticas dos anos 50 e 60. Dirigida por Régis Roinsard e estrelada por Romain Duris, Déborah François (que lembra, bem de longe, a doce Audrey Hepburn) e Bérénice Bejo, a obra fez parte da seleção do Festival Varilux de Cinema Francês, que levou sua programação a 40 cidades.
No final dos anos 50, Rose Pamphyle (Déborah François) vive em uma pequena cidade no interior da França. Apesar de ser uma menina simples, que ajuda com o pequeno comércio de seu pai, Rose sonha com um futuro além de sua realidade. Com isso em mente, ela vai para a cidade em busca de um emprego como secretária e acaba conseguindo uma oportunidade no escritório de seguros de Louis Échard (Romain Duris). Mesmo que um pouco desastrada e inexperiente, Rose consegue a vaga pelo seu talento para datilografar e sua sede de aprender. Com o tempo, Louis vê a naturalidade de Rose e passa a incentivá-la para que participe de competições de datilografia.
A história do casal vai, então, se desenrolando em meio a um delicado senso de humor e uma deliciosa trilha sonora.Logo nos créditos de abertura (uma divertida animação acompanhada da trilha sonora original, típica das comédias dos anos 60), pode-se perceber qual será o clima da obra. E quando o assunto é amor, os franceses não fogem do objetivo. Apesar das fórmulas já bastante utilizadas e de alguns exageros aqui e acolá, o filme não deixa de ser divertido. Os atores também não ficam de lado – não há como contrariar a doçura e o charme de Rose ou torcer contra o galanteador Louis, que acaba mostrando sua verdadeira identidade. E, sem deixar de lado, a bela e carismática Marie (Bérénice Bejo), que interpreta a amiga e o antigo amor de Louis.
Acompanhado de uma ótima trilha sonora, ao clima da época, com Ella Fitzgerald e alguns cha-cha-chas – e, claro, dos tec-tec-tecs das máquinas de escrever – o espectador se depara com as emoções (muitas vezes inesperadas) das competições e dos dramas dos protagonistas. Com montagens muito bem executadas e momentos de grandes expectativas, talvez nem tanto para com as competições mas, sim, com o casal, A Datilógrafa cumpre seu papel. Uma nostálgica comédia romântica, com direito a todo o charme que a França pode fornecer.
Ano: 2012
Diretor: Régis Roinsard.
Roterista: Daniel Presley, Régis Roinsard, Romain Compingt
Elenco Principal: Romain Duris, Déborah François, Bérénice Bejo.
Gênero: Comédia
Nacionalidade: França
Veja o trailer:
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