Por Silas Mendes
(Participação especial Ccine10)
A Terra foi dominada por uma espécie superior que avança para espalhar seu domínio para toda a raça humana e o planeta com seus veículos prateados, suas roupas brancas e seus olhos entre o azul e o branco.
Usando palavras como “superior” e “domínio” dá a entender que essas “Almas” que são implantadas em corpos humanos e subjugam suas consciências aparentam ser os piores e mais brutais vilões espaciais que um filme de ficção cientifica pode criar, mas ai é que está o erro.
Os invasores são terrivelmente pacíficos. Suas armas? Sprays que apagam suas “presas”. Sua filosofia? Não a violência. Sim. Os humanos retratados no filme são rebeldes contra a paz mundial – a um custo alto – que reagem de forma violenta a essa espécie superior.
É ai que entra Wanda.
Em uma saída a procura de comida, Melanie e seu irmão Jamie são cercados por seres dessa outra espécie (que vivem em corpos humanos e são identificados pelos olhos azuis/brancos) e para salvar o irmão, Melanie corre para distrai-los enquanto o pequeno foge, ela chega ao extremo e se arremessa janela abaixo, caindo brutalmente no chão, cerca de 4 andares abaixo. Ela sobrevive e é levada pelos “alienígenas”. É tratada e nela é implantada uma Alma. Wanda. Uma alma que viajou por vários dos planetas habitados e que já viveu milênios e milênios.
Por mais que Wanda controle o corpo de Melanie, a garota, ou melhor, a consciência da garota ainda luta para reaver o controle de sua vida e proteger as pessoas que ama.
No entanto, é em seus antagonistas que o filme encontra seu maior “problema”, já que por serem muito pacíficos, as ações são quase sempre unilaterais e maior parte das mortes e/ou cenas de ação são causadas por humanos.
Justamente por não possuir um forte antagonismo, a história segue do começo ao fim com praticamente o mesmo tom, sem alterações, sem elevações dramáticas, sem que a história alavanque. Mesmo com a personagem The Seeker (Diane Krueger) se demonstrando interessada nos rebeldes para além do comum, não instiga e acaba por ser algo que não se destaca.
Não que ela não tenha seus momentos interessantes, mas A Hospedeira é um filme que possui algumas cenas tensas, mas que falha em criar uma tensão geral, quando deposita toda essa parte na relação esconderijo dos rebeldes X The Seeker que não é o suficiente pra sustentar e acaba se tornando plano de fundo.
O que pode incomodar é o fato do filme ser “vendido” como uma ficção científica de ação e acabar por ter isso apenas como muleta para o drama de Melanie/Wanda e toda a situação das personagens dentro do grupo rebelde.
O interessante é que nessa adaptação, o romance (também um triângulo amoroso) formado por Jared, que é o interesse de Melanie, e Ian que é o interesse de Wanda. De forma prática é um triângulo, mas corretamente é um quadrilátero amoroso. O romance não ganha destaque assim como o tom geral do filme é muito “leve”, mas acaba por gerar certos diálogos ridículos e igualmente hilários.
A Hospedeira é tecnicamente muito bem feito e produzido, com um elenco competente, mas que mais uma vez tem problemas vindos da plataforma da qual fora adaptado, no caso, o livro.
Ano: 2013
Diretor: Andrew Niccol.
Roteiro: Sthephenie Meyer, Andrew Niccol.
Elenco Principal: Saoirse Ronan, Max Irons, Jake Abel.
Gênero: Ficção Científica .
Nacionalidade: EUA.
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