Por Marília Bacci
Cheguei no Caixa Belas Artes para assistir ao filme A Lenda de Tarzan. Minha expectativa era grande, pois minha infância foi baseada em assistir muitas vezes a VHS do Tarzan (1999), da Disney, com o meu irmão. Porém, cheguei lá e estava tendo pré estreia do filme, com o Alexander Skarsgård, portanto, esperem um texto mesclado.
Essa nova versão da Warner, dirigida por David Yates e estrelada por Alexander, Margot Robbie, Christoph Waltz e Samuel L. Jackson, foi baseada na série de livros de Edgar Rice Burroughs. A história conta a volta de Lord Greystoke, o Tarzan, para o Congo, onde ele deveria ser emissário do governo britânico no país, governado pelo rei da Bélgica. Muitas coisas acontecem, claro, e ele acaba se envolvendo em um esquema para desmascarar o governo belga.
A direção de Yates é eficiente, fazendo lembrar a atmosfera dos últimos Harry Potter, também dirigidos por ele. O clima é sombrio e, na maior parte do tempo, a câmera segue os personagens, tornando as cenas de ação bem dinâmicas. Quanto aos efeitos especiais, é notável o esmero na criação dos macacos e outros animais, por exemplo, no entanto, o trabalho não é excepcional e nem se diferencia do que já vimos em outros filmes do gênero.
Skarsgård faz um Tarzan clássico, muito mais à vontade na selva do que na Inglaterra do começo e, particularmente, achei a escolha muito acertada, pois o ator tem uma beleza “dura”, com feições primitivas, combinando com o personagem. Margot, que interpreta Jane, é uma mocinha perfeita, bonita, indefesa, sendo ousada apenas em alguns momentos, como na ótima cena do jantar com Christoph Waltz. Este faz mais um vilão em sua carreira, e que vilão! Interpretando Leon Rom, enviado da Bélgica para explorar o Congo (leia: explorar marfim, diamantes e escravos no Congo), Waltz se consagra mais uma vez em um papel. Se vai ganhar um Oscar por ele, provavelmente não, mas vai ganhar nossos corações.
Samuel L. Jackson também apresenta mais um ótimo personagem, citando, inclusive, outro personagem vivido por ele, em uma das falas diz algo como “confie em um homem que viu a guerra civil acontecer”. E ele viu, com seu personagem em Django Livre!
Outra mudança bem vinda foi a essência da personagem Sabor, uma leoa que tenta matar Tarzan várias vezes (no clássico da Disney é um leopardo), ter sido passada para Chefe Mbonga, interpretado por Djimon Hounsou. Toda a vontade de caçar Tarzan, a perseguição dele durante anos, agora é de Chefe Mbonga, líder de uma tribo de canibais que acredita ser Tarzan um espírito da floresta.
Pré-estreia
Alexander Skarsgård passou um mês divulgando o filme pelo mundo, em vários países, e passou por algumas cidades no Brasil. São Paulo foi a última da turnê, e não desapontou. Centenas de fãs estavam esperando por ele no evento, assim como alguns jornalistas, e deram uma ótima recepção, fazendo-o se sentir bem vindo.
Alexander comentou sobre como foi fazer um personagem tão icônico e disse que não procurou outras referências além das do livro para compô-lo. Contou que a dieta para ficar com as características necessárias era bem chata, pois ele podia comer basicamente frango e brócolis e ir para a academia. Assumiu ter ficado muito feliz quando tudo acabou, pois ele pôde passar quatro dias na casa do pai, o também ator Stellan Skarsgård, comendo muita carne e bebendo vinho. Não escondeu sua simpatia pelo país e pediu para a distribuidora Warner se poderia ficar mais um dia em São Paulo para conhecer mais a cidade.
A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan)
Ano: 2016
Direção: David Yates
Roteiro: Adam Cozad, Craig Brewer
Elenco Principal: Alexander Skarsgård, Margot Robbie, Christoph Waltz e Samuel L. Jackson
Gênero: Ação, aventura, drama
Nacionalidade: Estados Unidos
Veja o trailer:
Galeria de fotos: