Por Joyce Pais
Primeira coprodução oficial entre o Brasil e Bélgica, o filme A Pelada, de Damien Chemin, se passa em Aracaju, Sergipe, e conta a atrapalhada história de um casal em crise a procura de algo que esquente a relação. Enquanto o malandro Caio (Bruno Pêgo) paquera outras mulheres, percebe que não dá a devida atenção para a esposa, Sandra (Kika Farias). Ela, por sua vez, propõe outras alternativas para o casamento, que incluem objetos sexuais e uma relação a três.
A Pelada, por se tratar de uma comédia feita especificamente para televisão tem um roteiro sem grandes surpresas, bem simples. A história é bobinha e mostra uma Aracaju feia e sem graça (apesar do diretor e elenco afirmarem, em entrevista, que o filme buscava não só retratar, mas valorizar a região). A Pelada poderia ser equiparado facilmente a algum dos muitos filmes globochanchada.
Clichês e estereótipos explodem na tela. O diretor belga (que morou por sete anos em Aracaju) fez um mix de situações non-sense vividas por personagens extremamente caricatos (o amigo gay, o núcleo crente, a ‘gostosa’ lésbica inalcançável e por aí vai…), cujo resultado não passa de uma visão ‘estrangeira’ e limitada do brasileiro nordestino, seus costumes e cotidiano.
De significante, fica a iniciativa e o esforço empreendido em estabelecer um acordo de coprodução Brasil/Bélgica e, assim, estimular as produções nacionais e sua visibilidade no exterior. Fica a esperança de que os próximos filmes consigam ir muito mais além do que foi A Pelada.
*Parte da crítica foi originalmente publicada como parte da cobertura do 4° Festival CineramaBC, de Balneário Camboriú.
Ano: 2014
Direção: Damien Chemin
Roteiro: Damien Chemin
Elenco principal: Kika Farias, Tuca Andrada, Karen Junqueira.
Gênero: Comédia
Nacionalidade: Brasil/Bélgica
Veja o trailer: