Amor Crônico

Por Joyce Pais

Crônico: de longa duração, que vem de longa data. Que sucede repetida e frequentemente.

Comédia dirigida por Jorge Perugorría, Amor Crônico se baseou na história real da cantora e compositora cubana Cucu Diamantes, que vive em Nova York, em sua turnê por Cuba, para compor uma trama ficcional que mescla apresentações musicais e revela o retorno da artista às suas origens.

Amor Crônico nos conduz em uma viagem à encantadora Cuba, a sonoridade de Cucu, que assim como ela, encanta a cada nota musical. Numa brincadeira com o fazer cinematográfico, se valendo da realidade para construir uma ficção, Perugorria faz um “filme do filme”.

A cada canção do álbum Cuculand apresentada no longa, vamos juntando os recortes e entendendo a relação da cantora com seu país, o seu amor inveterado por sua terra natal. A cada cidade da ilha pela qual a trupe de Cucu passa com o ônibus escolar e um sapato gigante a lá Priscila, rainha do deserto, a apaixonante personalidade de Cucu desabrocha, para além de suas roupas e performances extravagantes. Ela que se define “muito cubana para viver em nova york e muito nova iorquina para viver em Havana”.

Sem dúvidas, apostar no cômico foi um grande acerto do filme. A relação entre Cucu e Guarapo, seu assistente anão que fantasia um amor não correspondido com a cantora renderam alguns inserts em preto e branco, com uma estética de filmes feito em super oito dão um toque a mais na trajetória de percalços da banda para conseguir condições melhores para suas apresentações. Algumas piadas feitas sobre o embargo econômico e a situação política de Cuba também apareceram, mas em tom sagaz e pertinente.

Sobre Cucu e Amor Crônico: “Que ricooooooooo!”

Obs: Esta crítica foi publicada originalmente como parte da cobertura do 8° Festival Latino Americano.

Amor Crônico (Amor cronico)