Por Domitila Gonzalez
Com um enredo nada complicado, dois protagonistas de primeira e um terceiro elemento que se destaca por si só, Amor e Outras Drogas não surpreende, mas diverte do começo ao fim.
É o tipo de comédia romântica perfeito pra um sábado à noite. Quase uma mistura de Doce Novembro (Pat O’Connor) com Sexo sem Compromisso (Ivan Reitman) e o mais novo Amizade Colorida (Will Gluck).
O comum entre os quatro filmes: o caminho inverso que o casal de protagonistas trilha, indo do sexo ao amor. O que o diferencia dos outros: a química sensacional de Jake Gyllenhaal, no papel de Jammie, e Anne Hathaway, na pele de Maggie.
Cada olhar ou gesto faz sentido e é a diferença gritante da frieza de Keanu Reeves e Charlize Theron, do tanto faz de Natalie Portman e Ashton Kutcher e da voracidade com a qual Mila Kunis e Justin Timberlake se devoram em cena.
Vemos uma série de opostos (que não necessariamente se anulam) que nos são apresentados durante o filme. Amor e sexo, doença e sanidade, vaidade e desleixo, ética e antiética, apego e desapego. Tudo isso distribuído em cenas como o bajular das enfermeiras e secretárias para conseguir espaço no armário das amostras de remédios. Ou então um médico aplicando testosterona em si próprio, para melhorar sua aparência para o final de semana de Congresso.
Jamie Randall é canastrão e é possível perceber logo de cara, quando ele usa toda a sua lábia para vender eletrônicos e fazer sucesso com meninas, senhoras e senhoritas.
Já Maggie Murdock não chega a ser canastrona, mas não deixa de ser sedutora, mesmo sob camadas de moletons velhos e jardineiras jeans sujas de tinta.
O espectador acredita tanto na relação do casal que espera ansiosamente a próxima cena. Li em uma daquelas revistas distribuídas em cinemas que o entrosamento e a confiança entre os protagonistas foi tão grande que Jake Gyllenhaal abriu mão de usar a proteção que normalmente está presente em cenas de sexo.
Claro, Jake e Anne são uma atração à parte. Ambos lindíssimos em cena, com ou sem roupas e lençóis, dando vida a personagens sensíveis e cativantes. O roteiro está repleto de descobertas gostosas, como os momentos em que os dois aparecem com aquela câmera de vídeo.
O destaque do filme vai para Josh Randall, que interpreta o irmão de Jamie, roubando TODAS as cenas quando aparece, exatamente como fazia em Quebrando a Banca (Robert Luketic, 2008), na pele de Miles, um dos melhores amigos do protagonista.
A coisa que mais me incomodou foi o cabelo de Anne Hathaway. O QUE FIZERAM com o cabelo dela? De Maggie a Mia numa regressão fantástica durante o filme. Perucas, apliques e baby liss total descompassados. Feio, hein?
Momento reflexão da tia Domi:
Eu te amo. A dificuldade de Jamie em dizer essas três palavras para Maggie me fez ficar apreensiva. Por um lado é bom, porque finalmente saímos do “bom dia” e passamos a tratar a expressão com mais importância. Mas por outro, me preocupa seriamente, porque evidencia que estamos passando por um momento tenso de desapego nas relações humanas – veja bem, o filme se passa na década de 90.
Mesmo com a dificuldade em admitir, o desapego inicial transforma-se em afeto, apego, laço, fundamental e necessário. Jamie demora, mas diz que a ama. E todo desenvolvimento pessoal dos personagens, tanto dele quando de Maggie, explode a partir daí.
Também é interessante analisar o título. Amor e outras drogas. O Viagra? O sexo? O amor como entorpecente, calmante, doença?
Enfim, é um filme redondinho, gostoso de assistir. Vale o ingresso e a pipoca, pra relaxar.
Amor e outras drogas (Love and Other Drugs).
Ano: 2011
Diretor: Edward Zwick.
Roteiro: Edward Zwick, Charles Randolph, Marshall Herskovitz.
Elenco Principal: Anne Hathaway, Jake Gyllenhaal, Oliver Platt, Hank Azaria, George Segal.
Gênero: Drama.
Nacionalidade: EUA.
Veja o trailer:
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